sábado, 26 de janeiro de 2013

Lição 4 - Elias e os Profetas de Baal, 27 de janeiro de 2012, subsídio por: Professor Érick Freire.


“E também houve entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá também falsos doutores, que introduzirão encobertamente heresias de perdição, e negarão o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina perdição”.
(2 Pedro 2:1)

O altar destruído
“Então Elias disse a todo o povo: "Aproximem-se de mim". O povo aproximou-se, e Elias reparou o altar do Senhor, que estava em ruínas”. (1 Reis 18:30)

Queridos, como sempre contrariando a alguns, gosto de tocar em temas que coçam nossas cabeças. É duro, mas às vezes precisamos passar a navalha em nossas próprias carnes. No texto desta semana falarei um pouco sobre a restauração do altar e a relação dos falsos profetas daquela época e dos falsos doutores nos dias de hoje.
Como dito e analisado pelo professor Cleiton Medeiros, a palavra original hebraica usada para restauração do altar foi (RÄPhÄ’), como o mesmo cita:
 “Reparar, restaurar: Em um dos textos indicados nesta lição, I Rs 18.30, veremos a palavra utilizada para “restaurou”, “reparou” que está assim: וַיְרַפֵּא, conjugado e com o “ו”consecutivo. O verbo é רָפָא (RÄPhÄ’) que significa curar, restaurar, reparar, sanar, tratar, remediar, restabelecer, consertar. O altar que estava em ruínas (הָרַס: HÄRAS > destruir, arrasar, demolir, derribar, desmantelar, romper, quebrar, transpor limites), devido a negligência do povo e, principalmente, do rei somado à aversão pagã aquilo que ameaçava a existência de suas divindades cegas, surdas, tetraplégicas, mudas e incapazes de sentir o mau odor de seus sacrifícios (ver Sl 115 e 135)”.

Indicando que o altar não precisava só de ser construído, mas de ser curado, não era simplesmente uma atitude física de restauração materializada, mas uma atitude espiritual, indicando principalmente a um retorno as práticas da adoração libertadora a Deus. O povo, como dito na lição passada, coxeava entre dois ideais religiosos, o dos baalins e o culto a Yahweh. Elias, para acabar com este problema, lança um desafio contra os profetas de baal, ou seja, os falsos profetas.
O mais estonteante de tudo isso é que era Elias só contra 450 profetas de Baal e mais 400 de Azherá, ou seja, contra 850 falsos profetas. E não pensem que estes profetas eram considerados pecadores para o povo! Pelo contrário, eles tinham mais espaço no reino de Israel que os profetas verdadeiros de Deus. Eles sentavam à mesa de Jezabel, como afirma o próprio Elias (1 Rs 18.19). Tinham benefícios porque faziam parte do sistema! Só profetizavam o que Acabe e sua hedionda mulher gostavam de ouvir! Eram mercenários, cheios de si, cheios de pompa, eram as meninas dos olhos de Jezabel, achavam-se intocáveis.
Não diferente, nos dias de hoje, muitas igrejas tem entrado por este caminho tortuoso, possuem homens que conluiam em seus grupos intentar para seus próprios interesses. Só um lembrete: “Deus não faz parte de sistema político e nem de sistema religioso dentro destas instituições ditas eclesiásticas!” É vergonhoso vermos tantos pastores mancomunados com tantos homens que usam falseadamente o evangelho de Cristo e corrompem o povo. Pedro nos alertou que, como no Antigo Testamento temos relatos destes falsos profetas, teríamos o relato de falsos doutores que disseminariam heresias de perdição.
Inúmeras vezes e diariamente vemos estes falsos se aproveitando de incautos e vendendo o evangelho, como os profetas de Baal, estes se entregam ao materialismo e a falsa prosperidade. Enricam com a falsa afirmação de manutenção da “obra”, mas na realidade formam e deformam impérios. Estes estão entre os 850 falsos profetas que aparentaram-se na época de Elias.
Nos dias de hoje vemos muitos falsos no meio da igreja, para isso elencarei algumas características destes:

1.  Tudo o que recebe, recebe diretamente de Deus, é amigo íntimo do Espírito Santo e este partilha do seu poder com ele mostrando coisas além da Bíblia;
2.  Suas revelações são dadas diretamente por Cristo, inclusive Jesus promete até aparecer no meio do povo em teofania na hora da pregação do tal (mestre, pregador, profetas, bispo, missionário, apóstolo, padre, etc.;
3.  Conta suas experiências e revelações espirituais como se fosse uma doutrina, antes de consultar se a Bíblia respalda aquilo;
4.  Não gosta de estudar a Bíblia e/ou lê-la de forma sistemática;
5.  Prefere está em reunião de oração e profecia;
6.  Gosta dos holofotes, chateia-se quando não tem oportunidade para contar suas revelações e/ou pregar;
7.  Forma grupo de discípulos com intuito de segui-los, pois gosta de ter seu ego amaciado quando afirmam que ele é um homem de Deus;
8.  Manipula as pessoas para conseguir galgar os cargos que deseja;
9.  Gosta de ser servido, principalmente gosta de ficar como bibelô de púlpito;
10.   Dissemina ideias que vão contra a liderança, não porque queira corrigir o que está errado, mas porque quer fazer tumulto e aparecer;
11.   Não aceita correções, tudo o que fala é perfeito e sempre vem de Deus e afirma: “Quem é você pra questionar o que Deus me ensinou diretamente?”;
12.   Gosta de bajular os pastores presidentes, tendo interesse em vantagens por causa da bajulação;
13.   Reúne de forma particular grupos de pessoas para ir orar no monte sem nenhum objetivo a não ser aparecer;
14.   É vingativo, sempre gosta de afirmar que vai vencer e rir da cara daqueles que o perseguiram;
15.   É altivo, o que pensa sempre é melhor do que os outros pensam;
16.   Conta e fantasia testemunhos que não aconteceram ou que são de outra pessoa, mas atribui a si;
17.   Gosta de provocar os críticos dos movimentos estranhos na igreja, chamando os estudiosos da Palavra de cru, frio e etc.
18.   Distorcem versículos bíblicos para tirar vantagem nisso. Pegam versículos sobre uma toalha e produzem muitas para vender, separam textos sobre óleo e unção para vender vidrinhos de unção, e muitas outras indulgências;
19.   Cobram para pregar ou ensinar nas igrejas;
20.   Quando não têem “oportunidade” para liderar igrejas criam as suas próprias denominações com intuitos escusos.

Existem muitas outras características que poderíamos elencar, mas estas são suficientes para tal.
Nós como igreja do Senhor, não devemos aceitar profetas de Baal dentro das nossas instituições, este é um mal que devemos eliminar, não aceitando ensinamentos estranhos e alheios a Palavra. Muito do neopentecostalismo tem querido entrar nas nossas igrejas. Os movimentos neopentecostais são heréticos, pois resgatam muitos valores que não fazem parte do cristianismo, mas de religiões pagãs que levam ao sincretismo e a aberrações teológicas!


Recomendo que vejam o vídeo abaixo:



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Referências


SOARES, Alexandre et al. (Ed.). Bíblia de Estudo Palavras Chave: Hebraico-Grego. 4ª Rio de Janeiro, RJ: Cpad, 2009.

NVI.Bíblia: Nova Versão Internacional. São Paulo, SP: Vida.



HALLEY, Henry Hampton. Manual Bíblico de Halley: Nova Versão Internacional. São Paulo: Editora Vida Acadêmica, 2002.

CHAMPLIN, Russel Norman. Enciclopedia de Bíblia, Teologia & Filosofia, volume 1. São Paulo: Editora Hagnos, 10a. ed, 2011.

JOSEFO, Flávio. História dos Hebreus. 4ª Rio de Janeiro, Rj: Cpad, 2000.




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