sábado, 19 de setembro de 2015

Lição 12 - Exortações Gerais, subsídio exegético: Professor Érick Freire.

A doutrina de Tito


Epimênides nascido em Cnossos na ilha de Creta, cita que os cretenses eram preguiçosos e fanfarrões, o próprio Epimênides é considerado por muitos como um profeta grego (inclusive pelo próprio Paulo em Tito 1.12), porém a citação na obra Cretica vai além do simples ato dos cretenses serem atribuídos a condições escusas, na realidade Epimênides foi um grande profeta, com um detalhe, falava em DEUS sem nem conhecê-lo como os judeus conheciam (O DEUS DESCONHECIDO). Se quiserem conhecer a história do deus desconhecido clique AQUI.
Os cretenses tinham a má fama de mentirosos e de maldade, não eram confiáveis (parecidos com muitos dos brasileiros, não?) Não eram piedosos e dignos de exemplo, possuíam costumes reprováveis. Nesse tom, Paulo orienta a Tito a como pedagogicamente se direcionar aos mais velhos. É interessante notar que Paulo fala do exemplo destes, deixando claro que se preocupava não só com a mudança de conduta dos mais experientes, mas também com a formação dos jovens pelo exemplo. Havendo bom exemplo nas práticas, haverão jovens mais sadios espiritualmente.
Vale salientar que exortar, ou seja, ensinar a maneira correta de se conduzir é uma forma de forjar o caráter do jovem. Tito deveria ensinar a verdade sob duas ópticas: 1. Instruir os mais velhos, 2. Mostrar o comportamento cristão adequado em meio a uma sociedade corrompida. Ao converter-se ao Evangelho o caráter sofre uma metamorfose.
Paulo orienta a Tito a um ensino positivo evitando polêmicas e a teologia de confronto. No máximo faz-se uma orientação mais dura e firme.

Uma pequena exegese

Tito 2
Paulo orienta a Tito falar de acordo com a verdade, chamando-a de sã doutrina, doutrina pura e saudável, enquanto os da circuncisão enganavam, Tito deveria desnudar o ensino herético mostrando o verdadeiro.

Versículo 2
Como registrado historicamente por Paulo, os moradores da ilha de Creta eram tidos pelos próprios gregos como preguiçosos, glutões, boêmios e mentirosos. Perdiam a razão pela embriaguez, preguiça e comida exagerada se tornando indignos de respeitos e insensatos, assim, Paulo passa a orientar Tito ao ensino da sã doutrina que dá ignição à mudança de caráter e firma na fé, na caridade e na esperança. Os homens mais velhos eram mal exemplo para os moços.

Versículo 3
Aqui Paulo enfatiza a importância das mulheres não viverem em rodas de fofocas e vãs conversações, além de não serem dadas a bebedice como faziam com frequência. Existiam verdadeiras alcoolistas na ilha de Creta. Do mesmo modo que homens, estas eram mal exemplo para as moças.

Versículo 4
O problema das mulheres cretenses era tão grave que algumas abandonavam os filhos e maridos para entrarem em rodas de caluniadoras, verdadeiras fofoqueiras beberronas, não cuidavam dos maridos, muito menos os amavam.

Versículo 5
Neste versículo temos um problema que se observa até nos dias atuais, o Evangelho é difamado porque as esposas tratam mal os seus maridos na frente de quem quer que seja, isso difama a Palavra, como hoje se diz "Mulher manda gritando e o marido obedece calado! Essa cristã é pior que as do mundo!" Estas pejorações não devem afetar o cristianismo, precisamos fugir da aparência do mal.

Versículo 6
Aqui falasse em consolo e encorajamento dos jovens, provavelmente através da observância dos mais velhos os jovens se entristeciam e não tinham exemplos para seguir a Deus de forma fidedigna. Por isso, Tito deveria ser exemplo para os mais jovens.

Versículo 7
Tito precisaria ser exemplo e exortar ou ensinar o caminho certo através  da boa prática e falando com seriedade e serenidade, conscientizando os jovens do caminho piedoso.

Versículo 8
Paulo orienta a Tito ter cuidado no uso da linguagem para que seus opositores não se utilizem de argumentos que usem essa linguagem para acusá-lo e confrontá-lo, isso traria vergonha alheia pela condução desrespeitosa destes.

Versículos 9 e 10
Os escravos* (doulos) deveriam ser serenos e obedientes, agradando a seus senhores.
Não deveriam se rebelar contra seus senhores e não roubá-los, ter uma conduta ilibada e não se apropriar indevidamente de nada de seus senhores, como também demonstrarem ser dignos de confiança, não como uma forma de sujeição às cegas, mas como um modo de evangelizar seu senhor, tornando o ensino de Deus prático e atraente.

* A concepção de escravo naquela época não é igual ao papel do escravo no Brasil colônia. Os escravos eram geralmente servos ou mordomos voluntários, ou servos por dívida contraída, ou por divisão de classe social.

Professor Érick Freire

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