sexta-feira, 11 de maio de 2012

Lição 7 – Sardes, a Igreja Morta, 13 de maio de 2012, subsídio: Professor Érick Freire.


"Ao anjo da igreja em Sardes escreva: Estas são as palavras daquele que tem os sete espíritos de Deus e as sete estrelas. Conheço as suas obras; você tem fama de estar vivo, mas está morto. Esteja atento! Fortaleça o que resta e que estava para morrer, pois não achei suas obras perfeitas aos olhos do meu Deus. Lembre-se, portanto, do que você recebeu e ouviu; obedeça e arrependa-se. Mas se você não estiver atento, virei como um ladrão e você não saberá a que hora virei contra você. No entanto, você tem aí em Sardes uns poucos que não contaminaram as suas vestes. Eles andarão comigo, vestidos de branco, pois são dignos. O vencedor será igualmente vestido de branco. Jamais apagarei o seu nome do livro da vida, mas o reconhecerei diante do meu Pai e dos seus anjos. Aquele que tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas”.
(Apocalipse 3:1-6)

Queridos, mais uma semana, estamos aqui para nos valer do conhecimento maravilhoso da Palavra de Deus que nos ensina profundamente. Antes de começar, quero pedir aos irmãos perdão pelo atraso, mas por alguns contratempos tive de escrever o texto atrasado, para postagem posterior, no caso em questão, o dia de hoje, pois uma série de intempéries nos postergou o comentário dessa semana, mas não esqueçam que amanhã teremos em nome de Jesus o nosso chat para tirar dúvidas do transcorrer da lição.

Iniciando o tema desta semana precisamos observar algo importante, como sempre digo aos queridos professores e alunos da EBD. Não estou aqui para jogar confetes em ninguém, mas ao mesmo tempo estou tentando ser imparcial com o texto bíblico, fazendo uma interpretação mais próxima da realidade e do real sentido do supratexto.
O autor da lição, o grande pastor Claudionor de Andrade, põe o tema da igreja com o título que geralmente vemos vários pregadores afirmando “Sardes é uma igreja morta!”, mas apesar de não ser uma percepção errada, mascara em parte a realidade da carta, se formos ver em detalhe na carta o Senhor chama o anjo (pastor) da igreja de morto e não a igreja, vejam: “Ao anjo da igreja em Sardes escreva: Estas são as palavras daquele que tem os sete espíritos de Deus e as sete estrelas. Conheço as suas obras; você tem fama de estar vivo, mas está morto”. (Apocalipse 3:1)
Observe bem as palavras em negrito, as primeiras dizem “Ao anjo”, quer dizer, diretamente ao pastor é endereçada a carta, o segundo grifo “você tem a fama de estar vivo”, ou seja, Ele, o Senhor não diz, “você tem a fama de estar viva” e sim vivo, quer dizer diretamente ao pastor, pois ele era quem inicialmente era de morto, e não a igreja, como alguns afirmam, e essa morte, seja espiritual, seja moral do pastor contagiou a igreja também, e isso devemos analisar bem. O mais próximo dessa fama de vivo deve ser certa popularidade e/ou glamour, por isso, mesmo transparecendo pra muitos ser um famoso pastor, como hoje chamamos “um pregador de nome”, “um pastor famoso”, “um televangelista” e etc. Era considerado morto, porque suas obras não transmitiam autenticidade cristã, provavelmente obras sem fé, como muitos que hoje são famosos por pregar em vários eventos, cruzadas, em verdadeiros chamariz gospel. Era o famoso pastor do faz de conta que produzia uma igreja ignorante da realidade, ao mesmo tempo, não havia nenhum tipo de perseguição a esta igreja, pois lá não existia nenhum grupo de oposição, nenhum Balaão da vida, nenhuma profetiza prostituída, tampouco hereges e/ou formadores de doutrinas falsas e isso leva a igreja a morte, é estranho, mas é a verdade, a falta de perseguição, a popularidade do pastor, uma relativa paz e certo respeito dos que deveriam se opor a igreja, transformou-a em uma igreja sem qualquer propósito diretamente espiritual, a fé esvaiu-se pelo ralo, parecia até que se esqueceram que Jesus realmente existia, os encontros da igreja deveriam ter se tornado rotineiros e pontuais, só serviam para a famosa expressão “cumprir tabela”.
Um verdadeiro cemitério espiritual. Essa era a realidade de Sardes. Hoje em dia vemos belíssimos jazigos e excepcionais cemitérios que parecem mais com condomínios clube, algo muito sofisticado, mas dentro deles só temos coisas semelhantes aos cemitérios públicos sujos e mal cuidados, só o que é ruim, apodrecido e sem vida. Aí os pergunto: Será que nossas igrejas tem passado por isso hoje? Será que só temos vivido de aparência? Pois é, hoje os cristãos não são mais perseguidos, mas bajulados e isso cria um efeito desconcertante e mortificador que é o da presunção, ou seja, viver da aparência e mostrar que está tudo bem, mas na realidade está tudo em ruínas e podridão!
Outro ponto interessante a tocar é que se você for a um túmulo e perguntar a um morto se ele sabe que está morto. O que ele irá responder? Nada é claro! O morto não sabe que está morto. Essa era a mesma situação de Sardes, o Senhor teve de intervir para que eles vissem como estavam mortos, mortos em seus pecados e delitos (Ef. 2.1). Precisamos analisar nos dias de hoje se estamos realmente vivos ou se vivemos de aparência! Por exemplo, um tipo de aparência muito comum. Muitos acham que lemos diariamente a Bíblia já que andamos com ela debaixo do braço, na bolsa ao ir ao trabalho, no carro quando o temos, na cabeceira da cama, na estante aberta no salmo 91, mas na realidade não passa de fachada, só a lemos na leitura oficial do culto e olhe lá, muitas vezes estamos ocupados olhando o celular, ou conversando com quem está do lado. Isso é uma falsa aparência, verdadeiros “sepulcros caiados”. Os cristãos de Sardes ostentavam o título de “cristãos”, mas na realidade só era isso que acontecia, na prática, nas obras eram falsários, obras para aparecer. Se trouxermos para os dias de hoje, vemos muito isso, por exemplo, a “Igreja fulana de tal dos anzóis” irá fazer um grande sopão, mas não se contenta em só o fazer, tem de divulgar na Televisão, tem de mostrar pra todo mundo sua propaganda que está fazendo pelos “famintos” Glórias a essa igreja, mas a Deus, onde Ele está? Onde Ele está?
O nome cristão em Sardes era provavelmente usado para vanglória daquele grupo social, mas a origem do nome cristão não tinha sequer qualquer vanglória, pois esta palavra vem do termo latim cristiani, que quer dizer bajulador do cristo, fazendo alusão aos augustiniani, bajuladores do imperador César Augusto. Na Bíblia este termo é mostrado pela primeira vez em Atos 11.26.
O termo tem origem em perseguição e/ou em crítica, mas hoje temos novos termos para os cristãos, termos chiques, como “Gospel”, “Adoradores”, “Vencedores” e etc. Todos estes carregados de um contexto bem aquém do que Deus quer para nós, não entrarei em detalhe de cada termo desse, mas de antemão digo a vocês, ele caracteriza um evangelho de aparências, bem afeiçoado ao mundo, ou seja, são termos para que haja aceitação social. Lembro-me, quando pequeno, o termo que usavam para nós cristãos protestantes era “Os crente” “Os bíblia”, entre outros termos pejorativos, mas que identificavam a autenticidade dos servos de Deus. Não estou dizendo que somos servos de Deus quando só somos perseguidos, mas que uma igreja que não é perseguida e injuriada é porque, no mínimo, é conivente com este mundo. Quem quiser diga que a igreja fiel não é perseguida e sim triunfante, e que nunca perdemos, mas este estará indo contra a própria Palavra, pois “Bem aventurados sois vós quando vos perseguirem e os injuriarem por amor de meu nome” (Mt 5.11).
O cristianismo caiu tanto no descrédito e vive tanto de aparências, através de adorações extravagantes, evangelho de uma prosperidade descabida, não a verdadeira, evangelho de facilidades, evangelho de benefício e barganha que, hoje temos um efeito que ocorreu e ocorre na igreja católica nas nossas igrejas protestantes, que é o chamado crente nominal, crentes que só se intitulam evangélicos, mas na realidade nem sequer sabem quem é seu Deus. Isso é esfriamento e morte espiritual, mas ainda há uma esperança como houve para Sardes.
O Senhor Jesus afirma que “No entanto, você tem aí em Sardes uns poucos que não contaminaram as suas vestes”(v.4). Mostrando-nos que ainda havia esperança para aqueles que não viviam de aparência, e isso é tão claro, que o símbolo é a veste branca, ou seja, não era por uma aparência manipulada que eles viviam, não produziam cores ou manchas em suas vestes, não achavam que o glamour das cores os compraria, pelo contrário ficaram com o branco da retidão, da pureza cristã, da inocência como crianças, as aparências não os interessava, o que interessava era serem autênticos como Cristo foi autêntico, imitar a Cristo como inviolável e puro, eram verdadeiros remanescentes (Sf 3.13).
A promessa feita aos vencedores é a mais inatingível por qualquer força de politicagem ou camaradagem humana, por aí vemos vários artifícios de “Tira o nome de fulano da lista porque eu não gosto dele!”, “Põe sicrano na lista porque tem dinheiro, ele é um grande empresário!” e assim por diante, mas para o Senhor não existe arrumadinho, não existe falcatrua, não existe injustiça, pelo contrário, só terá o nome no livro se for vencedor, se realmente estiver com as vestes limpas e lavadas no sangue do Cordeiro de Deus. Glória a Deus! Pois o homem pode tirar sua liberdade de expressão, pode tirar seus bens, pode tirar seu direito de ir e vir e até a sua vida física, mas o nome do livro da vida, se você estiver com as vestes brancas, ninguém poderá tirar, isso é fato inalienável!
Outro, e último ponto importante da lição que tiramos desta igreja é: “E confessarei o seu nome”. Muitos de nós nos preocupamos se alguém falará de nós para quem nos interessa, se alguém intermediará por nós em um emprego, se as pessoas nos admitirão diante de outras, se seremos aceitos em determinado grupo, se político A fará alguma coisa por nós e intercederá por esta ou aquela causa. Decepcionamos-nos, mas o Senhor não fará como homens, mas se nós confessarmos a Cristo de verdade em detrimento a um sistema corrupto, ou a atitude de negação do nome do Senhor diante de homens, Este nos dará o verdadeiro escape, confessando o nosso nome diante de todos ao Pai. Aleluia!

NOTAS GEOGRÁFICAS:
Significado do nome Sardes: “Príncipe de Gozo”.
Situação geográfica: Faz parte da porção turca asiática formando o vilarejo de Sart e era capital do antigo reino da Lídia, ficava a 60 Km de Tiatira.
Era considerada na época como uma cidade luxuosa e de grande poderio militar, além de estar a 34 Km da região marinha.
Sofreu um grande Terremoto em 17 d.C. e ficou livre de impostos até o ano 22 d.C. quando reergueu-se economicamente.


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