domingo, 20 de novembro de 2011

Lição 9 - A Organização do Serviço Religioso, lições bíblicas da CPAD, Jovens e Adultos, subsídio histórico, antecedentes políticos, Comentário: Professor Érick Freire

Entendendo o Contexto Histórico anterior a reorganização do sacerdócio!

No capítulo anterior vimos sobre o compromisso que o povo fez com Deus, se afastando dos pagãos e sofrendo com a separação de casais mistos (judeu casado que pessoas dentre o povo pagão), como também vimos a relação do povo com o templo e que o conceito de templo sofreu modificações após o advento do nosso Senhor Jesus aqui na Terra, transformando cada um de nós em templo do Espírito Santo, mudando muitos conceitos e práticas de outrora.
Neste capítulo de agora trataremos sobre a organização do serviço religioso, mas antes, devemos nos ater um pouco no capítulo 11 de Neemias que nos trás informações riquíssimas sobre a inovação e organização dentre o povo de Deus, pois antes de ser organizado o serviço religioso a cidade de Jerusalém necessitou de povoamento, a população que vivia dentro das muralhas era muito pequena e depois de terem selado o conserto com um novo compromisso, o sentimento de patriotismo, juntamente com a vontade de assumir a herança espiritual deixada ao povo por seus ascendentes e principalmente pela lei mosaica criou nos corações dos judeus residentes nas regiões circunvizinhas o desejo de repovoarem a capital recém reconstruída. Em nenhum momento Neemias exigiu do povo essa atitude, pelo contrário, eles quem se ofereceram voluntariamente, pois se a cidade continuasse com a pequena população existente provavelmente seria saqueada e destruída por seus vizinhos tanto samaritanos como outros povos longínquos.No versículo 2 do capítulo 11 do livro de Neemias vemos dentre o povo que, dez porcento da  população foi escolhida para residir e proteger Jerusalém, enquanto que o restante foi morar na região de Judá nas cidades adjacentes, também muitos dos voluntários foram aplaudidos por terem em seu espírito a auto disposição e abnegação de verdadeiros servos do povo e de Deus, junto a eles também moraram todos os líderes e príncipes (o “clã” da população judaica),para aqueles era uma honra, pois o muro reconstruído dava uma identidade e elevava a moral do povo, a espiritualidade e o estudo da Lei os encorajaram a agir de maneira corretiva e a adoração também se estendeu nos atos de voluntariedade, Neemias sem nenhuma imposição legal, mas comandando um avivamento, conseguiu fazer com que o povo despertasse e decidissem de forma madura quais seriam as melhores escolhas para a organização da nação agora reavivada!
Nos dias de hoje quando uma igreja é avivada o espírito de cada irmão passa a ser voluntário para fazer a obra do Pai, não adianta um pastor ou um concílio restrito tentar obrigar as pessoas serem voluntárias, isso só ocorrerá quando o povo cair em si, reconhecer seus caminhos tortuosos, observar e absorver a Palavra praticando-a corriqueiramente, dando suas vidas em sacrifício vivo e agradável ao Senhor, a voluntariedade e a liberalidade (sentido de se doar e não de liberalismo) no meio do povo, isso só haverá quando tomarmos ciência dos nossos atos, estudarmos a Palavra, cumpri-la, e acertá-la em nosso coração, esse é o avivamento que a Igreja do Senhor precisa.
Judá não tinha um rei físico, nessa época estavam voltando ao tempo de teocracia que, dar vazão a uma democracia que “é estabelecida sobre um forte fundamento religioso. Como norma há justiça, equidade e igualdade. Como estrutura há uma distribuição de poder com o povo tendo parte nos afazeres da comunidade”. (BARBER, 2005, p. 133)
Provavelmente Neemias deixou que o povo escolhesse seus representantes de suas comunidades para residirem na capital e serem uma extensão do seu povo, por isso entendesse que eles se reuniram em suas comunidades para fazerem essa seleção, parecido com eleição, a diferença é que estes escolhidos passaram possivelmente pela supervisão de Neemias, Joel como superintendente (verso 9) e Judá auxiliar de Joel (verso 9).
Diferente destes, a escolha dos sacerdotes que eram responsáveis pelo Templo (11.10-14), os levitas que estavam na obrigação das atividades externas do Templo (15-18) e os guardas dos portões e os outros servos não tinham líderes constituídos por Neemias, por isso, a ameaça era constante, estes não eram leais em sua totalidade ao governador Neemias, pelo contrário já haviam provado antes que alguns deles facilmente eram comprados pelos samaritanos e que, não aceitavam subordinação política a Neemias, leia (Ne 13.22), nesta referência Neemias teve de ordená-los a purificação porque o haviam desobedecido, mesmo tendo a ordem sendo dada por Neemias repetiram o erro de deixar de adorar o Senhor no Shabat e comerciavam com os estrangeiros, ao ponto do governador Neemias ter de ameaçar matar os mercadores, tanto que ele pede perdão ao Senhor por ter tomado atitudes extremas, mas necessárias, outro fato que com certeza irritou muito dos sacerdotes foi quando Neemias expulsou um dos filhos de Joiada, filho de Eliasibe sumo sacerdote, pois o mesmo era genro de Sambalat, Neemias foi “macho” e o botou pra correr de lá (Ne 13.28-30), pois tinha contaminado o concerto do sacerdócio e dos levitas. Imagino a cena, Neemias chega e diz: “Seu sem moral, se misturou com um dos maiores inimigos de Deus, não valorizou sua posição de levita, sujou a aliança com Deus, desprezou a lei do Senhor, pois eu vou tirá-lo daqui, vou extirpá-lo do meio dos sacerdotes, Deus não aceita mistura, você é tão pagão quanto Sambalat porque se engraçou por sua filha! Vá embora! Vou limpar a casa do Senhor e não quero você aqui! Vá para casa do seu sogro maligno e cruel, perverso em Obras!”
Observem a citação de Barber “É interessante notar que, apesar da relação especial de Israel com Deus, Neemias não faz sua administração baseada no sacerdócio. Entidades políticas e religiosas são mantidas separadamente. A herança espiritual de Israel forma a base de seu sistema de governo e regula seus padrões éticos, mas não são os sacerdotes que regem o povo!” (2005, p.135) Essa forma de governar não poderia ser mais sábia, pois ao desvincular as decisões políticas da opinião dos sacerdotes, apesar de líderes, ele tinha uma gestão menos tendenciosa e mais espiritual, parece contraste, mas não é, sabe por quê? Ele tinha seus princípios morais e éticos na Palavra, também estava em vantagem porque o povo tinha sido avivado e a cada atitude notavam que, Neemias queria seguir a vontade de Deus através da Lei que era código de conduta moral e ética para todo povo.
O ponto forte do governo de Neemias foi a descentralização do poder não como Vox populi, Vox Dei (A voz do povo é a voz de Deus) do período romano, mas como um forte compromisso religioso para o sucesso de sua gestão, gestão porque era superior a uma simples administração, ele estava a par de tudo, tanto do que era humano como espiritual, por isso, seu tipo de gestão é estudada até hoje por grandes pesquisadores de administração, ou melhor gestão de pessoas, pois ele geriu uma grande revolução política e espiritual no meio do povo que tem conseqüências e perdura até os dias atuais, ou seja, quase 2500 anos depois, não é uma simples façanha, mas um trabalhar divino!

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