quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Lição 3 Salmos que falam de dor, Juvenis - CPAD; Subsídio: Professor Érick Freire.

Dor que trás experiência!
Queridos, após alguns dias sem escrever para a lição de Juvenis, hoje volto a partilhar um pouco do que tenho aprendido ao longo de 30 anos de serviço na casa de Deus, passei como crente no Senhor Jesus Cristo por boa parte das fases da vida, nasci em um berço cristão, convertido desde a madre de minha mãe, nunca pensei em desistir da caminhada e dentre estes anos muitas vezes fui consolado de minhas dores com salmos, e muitos destes falam de dor.
Para muitos pode parecer estranho, mas o salmista expressa em suas angústias sentimentos que vão do sofrimento de uma paixão arrebatora ao medo da derrota em guerra, todos falando de dor, são chamados como oração em tempos de aflição, alguns de forma coletiva que, tratam do sofrimento, lamento a aflição do povo de Israel, como por exemplo,
os salmos 12, 44, 58, 60, 74, 77, 79, 80, 83, 90, 94, 106, 123 e 137. Outros salmos falam de lamentos individuais que, de modo geral, é considerado o mais comum do saltério, sendo dividido em subcategorias como:
·         Geral (3, 5, 6, 13, 22, 25, 31, 39, 42-43, 52, 54-57, 61, 63, 64, 71, 86, 88, 120, 141 e 142);
·         Protestos de Inocência (7, 17, 26, 59)
·         Pragas contra os inimigos (35, 59, 69, 70, 109, 137, 140)
·         Confissões (6, 32, 38, 51, 102, 130, 143)
Para conhecermos um salmo de lamentação observamos algumas características, geralmente nessa ordem segundo o Pastor José Matias Acácio, em sua obra “Livros Poéticos” do CETADEB:
“Um clamor inicial ao Senhor, Uma lamentação especificando a razão que motivou o clamor, uma oração pedindo a intervenção do Senhor, Uma expressão dos desejos a respeito dos amigos e inimigos, as bases sobre as quais o apelo a Deus se apóia, uma expressão conclusiva de confiança de que o apelo será ouvido e respondido por Deus”. (2010, p. 63)
Sabemos que não diferente dos poetas bíblicos, todos nós temos dificuldades e dores pessoais, necessitamos da ajuda do Senhor em muito na nossa vida diária, precisamos de seu socorro e ajuda, muitas vezes nos encontramos em uma sensação de total despreparo, de total desconfiança em tudo e de todos, sofrendo angustiosamente numa fossa depressiva, mas só podemos sair dessa dor se recobrarmos nossas forças em Deus, Ele é quem nos dá o escape, o poder de ressurreição espiritual. Nesses salmos de lamentação, vemos como alguém em aflição busca logo a Deus, procura solução para sua vida e até se perturba, pois apesar de inspirados por Deus, eram homens com suas limitações, divididos entre a vontade do espírito e a aflição da alma.
Dentre estes salmos, principalmente os de Davi que, por muito de seus erros caiu em aflição, vemos ações reais de contrição, humilhação e busca por perdão. Davi humilhava-se. Alguns chegam a dizer que ele se jogava ao chão com o rosto no pó, sua angústia era profunda, era um homem muito sentimental, um verdadeiro chorão na presença de Deus, e é disso que nosso Deus gosta, ele ama o humilde de coração, pois como o Senhor Jesus disse no Sermão do monte, “Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus”. (Mateus 5:3), e completa no verso 4, “Bem-aventurado os que chorão, porque serão consolados”. Chorar na presença de Deus, se humilhar na presença de Deus, isso é o que Deus quer de nós em tempos de aflição, buscando fazer a sua vontade através de uma transformação espiritual como em (Rm 12.2) “E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus”.
Quem nos consola é Deus, quem nos dá refúgio em nossas aflições é Deus “Redime, ó Deus, a Israel de todas as suas angústias” (Salmos 25.22), pois, “Muitas são as aflições do justo, mas o Senhor os livra de todas” (Salmos 34.19), isso não quer dizer que não passamos aflições, mas que o Senhor nos livra diariamente, nos ajuda a passar por elas, pois o próprio salmista afirma que em seu cântico de degraus para lembrar de Davi nas horas das suas aflições (Sl. 132.1), o próprio Paulo passou por muitas perseguições e aflições, mas ele se gloriava nas tribulações pelo amor da obra de Deus (2 Tm 3.11) afirmando que o Senhor passou junto com ele, o livrando de cada uma.
Muitas vezes passamos por tantos apertos que, achamos ter sido esquecidos por Deus, ficamos ansiosos e desconcertados, sem saber para onde correr, muitos jovens sentem isso quando acaba um namoro com uma pessoa que ele tem muito amor, chora, se angústia, se anseia com o tempo que passa lentamente, mas o salmista demonstra também que tinha essas limitações como homem, o sofrimento trazia ansiedade nele, multiplicando os apertos do coração (Sl. 25.17).
João dá uma belíssima resposta no evangelho de Cristo, nos mostrando uma frase célebre de nosso Senhor Jesus Cristo “Tenho-vos dito, para que em mim tenhais paz, no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo”. (João 16.33) As aflições fazem parte do dia-dia do cristão, mas estas não podem carcomer seu espírito, pois ele deve está ligado e confiante em Deus, pois as provas que passamos nos trás experiência ímpar, não nos flagelemos, nem tampouco fiquemos nos culpando por alguma aflição ou problema da vida, mas confiemos no Senhor Jesus para que, passemos por estas experiências duras, mas aprovadoras, nossas tribulações nos ajudam a crescer em Cristo, como o nosso próprio irmão Paulo fala aos cristãos romanos “E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações; sabendo que a tribulação produz a paciência, e a paciência a experiência, e a experiência a esperança. E a esperança não traz confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado”. (Romanos 5:3-5)
Em suma, devemos saber que, os salmos que tratam da dor, tratam de uma experiência em Deus que, trás aprendizado, experiência, produz esperança e nos amadurece espiritualmente a cada dia que passamos na presença Dele, o nosso Senhor. Amém!

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