"Para que sejais
irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis, no meio de
uma geração corrompida e perversa, entre a qual resplandeceis como
astros no mundo;Retendo a palavra da vida, para que no dia de Cristo
possa gloriar-me de não ter corrido nem trabalhado em vão.E, ainda
que seja oferecido por libação sobre o sacrifício e serviço da
vossa fé, folgo e me regozijo com todos vós. E vós
também regozijai-vos e alegrai-vos comigo por isto mesmo”.
(Filipenses 2:15-18)
No subsídio anterior nos atemos a falar acerca das concepções da
salvação, apesar de que os versos 12 a 14 não só tratam deste
assunto, mas se aprofunda em tantos outros temas, mesmo assim não
serei prolixo para comentar estes outros aspectos, mas discorrerei a
partir dos versos acima citados destacando algumas expressões:
(v.15) irrepreensíveis e sinceros...
Paulo após exortar os filipenses a seguir uma vida de retidão sem
murmurações e vanglória, sem divisão, sem mácula, submetendo-se
a vontade de Deus, ensina que se distanciem das contendas internas, glorificando o Senhor da salvação. E é neste contexto que ele se
refere a ser irrepreensível, ou seja, moralmente equilibrado,
eticamente balizado e correspondente ao padrão da cristandade.
Valorizando a união através da humildade, pois a adoção que
nos aplica deve ser motivo de uma vida irrepreensível.
Principalmente no meio de uma geração corrompida. Sabemos que o
cristão vive na terra juntos aos ímpios, naquela época não era
diferente, por isso Paulo afirma “não se corrompam”, “não
dêem motivo para falarem do vosso comportamento”. O verdadeiro
cristão tem uma conduta diferente dos outros, ele não se destaca
por ter mais sagacidade ou por ter mais posses materiais, mas por
viver uma vida de piedade, respeito e amor ao próximo e acima de
tudo a seu Deus, distanciando-se do pecado e da corrupção.
Não obstante, a realidade brasileira atual é de um caos moral e
ético, o relativismo cultural tem influenciado toda a prática da
sociedade hodierna e até da vida de cristãos, padrões bíblicos
estão sendo deixados de lado, jogados na lata do lixo, para
alimentar uma geração mimada e perversa, carcomida pela lepra do
pecado.
Resplandeceis...
A Bíblia diz que somos a luz do
mundo e o reflexo de Cristo na terra (Mt 5:14-16), mas nos últimos
dias vemos mais luzes pisca pisca, só acendem quando conveniente,
quando são confrontados a vencer o mundo pelo poder do evangelho
apagam-se, esmurecem, apagam a luz e fogem! Que cristianismo é esse
da política da boa vizinhança com o pecado e a desmoralização
humana? Não querem mais fazer a obra da luz? Não querem
resplandecer Cristo? As obras da luz guia o homem para o caminho
correto, seu reflexo no espelho mostra todas as falhas que devem ser
corrigidas, ajuda o homem a acertar o alvo. Mas, agora, é cada um
por si, engendram-se pela salvação indiviual e se esquecem das
obras da luz, dos frutos de justiça, da luta contra o mal. Só
querem ser profetas de boas notícias, é mais conveniente, profetas
de bênçãos, mas nunca profetas para o arrependimento e conversão
integral do homem. Passivos de repreensão são estes, o pior é que
este câncer da inércia e da estagnação espiritual atinge primeiro
e principalmente os 'líderes' cristãos. Os próprios dizem “Os
pastores, bispos, presbíteros e anciãos não precisam pregar a
Palavra, o trabalho de evangelismo é de responsabilidade e comissão
da igreja, nós só administramos”. Ledo engano! A obrigação é
de todos, os pastores precisam mostrar e demonstrar amor pelas almas,
suas virtudes e está junto ao povo, levando a Palavra face a face.
Jesus disse que o maior é aquele serve! Ele mesmo serviu! Esta é a
maior virtude de quem está na luz, a humildade.
- Reter a palavra da vida
A palavra da vida é a boa nova de Cristo, seu plano salvífico é
para ser conhecido por toda criatura e era importante que os irmãos
da cidade de Filipos permanecessem na luz e retivessem a Palavra da
vida para divulgação do evangelho genuinamente puro.
Anteriormente quando Paulo fala em resplandecer não foi atoa, mas
agora ele notifica que fazemos injustiça à Palavra de Deus, se
não brilharmos em todos os aspectos, em pureza de vida. Esta é a
essência do dito de Cristo (Mt 5:15).
(v.17) oferecido como libação...
Paulo em complemento ao verso anterior põe seu trabalho por libação,
como se posicionasse seu serviço como unção e/ou respaldo da fé
dos irmãos filipenses. Posicionando até a sua morte como
confirmação da fé dos irmãos da cidade de Filipos, consagrando
sua vida por meio do evangelho. A mortificação de Paulo era a vida
para aqueles que se convertiam por seu exemplo e sua pregação.
Paulo demonstra mais uma vez aqui o que dissera um pouco antes, a
vida dele era Cristo e o morrer para ele era mais proveito, pois o
seu trabalho terreno quando findasse na terra serviria para consagrar
o seu ministério evangélico, a sua obra missionária e apostólica!
Ele diz que se regozijará se for necessário morrer pelo evangelho,
seria a autenticação de seu ministério, a confirmação mártir.
Como fala Calvino isso sim é que é ensinar o evangelho de todo
coração – quando estamos preparados para confirmar com nosso
próprio sangue o que ensinamos!
(v.18) regozijai-vos comigo...
Paulo convida aos irmãos filipenses a se alegrarem nisto, a
enfrentarem a morte com todo destemor, com toda a força do
evangelho, pois a morte não nos trás danos algum, pelo contrário,
nos trás benefícios explêndidos por nos deixar juntos ao nosso
autor e consumador da fé, por isso qual o motivo para a tristeza?
Nós cristãos não devemos nos preocupar com o que há de acontecer
amanhã, nossos dias pertencem ao Senhor. Ele soberanamente já sabe
até quando e porque iremos, a nossa glória está em fazer a sua
vontade, em nos entregarmos de corpo e alma ao evangelho de Cristo.
Não podemos por um dia a mais a nossas vidas nem tampouco aumentar
nosso tamanho (Mt 6:27), só o criador o pode! Então regozijemo-nos
e alegremo-nos nesta tão grande salvação! Glória a Deus.
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