INTRODUÇÃO
“Por que estás abatida, ó minha alma, e por que te perturbas em mim? Espera em Deus, pois
ainda o louvarei pela salvação da sua face.” Salmos 42:5
Tendo como base o exemplo do profeta Elias,
o tema do estudo bíblico da EBD desta semana, -Um Homem de Deus em Depressão -, vem em
muito boa hora. Mesmo com todo o valor de qualquer atividade profissional,
considero o ofício ministerial de servir à Igreja do Senhor a mais nobre e honrosa de todas as atividades que
um ser humano pode exercer, particularmente apascentar as ovelhas da Casa do
Senhor, que foram resgatadas com o Seu próprio sangue. Neste contexto podemos
destacar os pastores e suas esposas, mas também podemos abranger neste ofício os
lideres de grupos ou departamentos da Igreja, professores da EBD, conselheiros,
e todos quantos dividem com os pastores a nobre tarefa de cuidar das vidas, dos
irmãos em Cristo. Junto às alegrias decorrentes de ter as pessoas edificadas e firmes na fé, o sacerdócio traz
consigo as consequências do peso deste embate em favor dos santos. O exercício do ministério traz
consigo alegrias, mas também produz dores, conforme experimentou o apóstolo Paulo:
“Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não
desanimados; perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos" (2
Co 4.8,9).
No embate em defesa da honra do nome de
Deus para o benefício da fé do povo israelita, Elias confrontou 450 profetas de baal e 400
profetas de Aserá, a ponto de levá-los à morte. Esta experiência acumulada à perseguição que sofreu do rei Acabe e Jezabel, culminaram em um
estado de esgotamento espiritual, psíquico, emocional e físico que os estudiosos identificam como um quadro de depressão.
Elias, um homem de Deus sujeito às mesmas paixões que nós e às mesmas dores que nós). Daí a importância deste estudo e sua aplicação nas nossas vidas que, de
alguma forma, serve de admoestação aos que exercem a liderança na Casa do
Senhor, e para melhor compreensão dos membros quanto à extensão, significado e peso do ofício pastoral.
ELIAS, UM HOMEM COMO OS OUTROS
É importante neste estudo ressaltar a
condição de Elias como um ser humano igual aos demais. Um homem sujeito às mesmas
paixões que nós (Tiago 5.17). Talvez a falta de entendimento da condição de
simples ser humano de um pastor ou líder, seja o ponto inicial de um conflito interior que se não for bem
compreendido gere um estresse descomunal, a ponto de levar alguém ao
esgotamento nervoso ou mesmo à depressão. O nível de cobrança no exercício do ministério chega a ser quase insuportável. A situação se agrava quando o
nível de
cobrança interior se assemelha a cobrança externa. Ai as coisas se complicam.
A verdade é que precisarmos estar conscientes,
líderes e
liderados, de que não somos super-homens dotados de superpoderes espirituais,
mas simples vasos que carregam em si o peso da glória de Deus. Pela infinita misericórdia, graça e
ação de Deus, os verdadeiros pastores são dotados de dons espirituais e
ministeriais que colaboram com o exercício do sacerdócio, pois sem estes seria impossível apascentar o rebanho do Senhor.
(Leia Atos 19.11)
Vale lembrar que o vaso é de barro,
conforme alertou o apóstolo Paulo. (Leia 2 Co. 4.7) Desta forma, faz-se necessário
inicialmente conhecer as próprias limitações humanas e reconhecermos que somos pó (leia Salmos
103.14). E portanto sujeitos ao sofrimento e às aflições deste tempo presente
(leia João 6.33; Rom. 8.18)
De acordo com o pensamento do pastor Eugene
Peterson,, “ somos tentados a nos escondermos atrás de imagens brilhantes, na
esperança de que, assim, os outros nos aprovem. Preferimos não reconhecer os
nossos seres quebrados, com problemas e falhas secretas que achamos muito
melhor que ninguém mais as conheça.” (Peterson, 2001, p. 22)
O ponto a ser observado neste momento são
justamente as consequencias e a reação humana diante de tais aflições. No caso
de Elias, a somatização das angústias sofridas decorrentes do exercício do ministério
desencadearam um estado que os estudiosos consideram como um quadro de
depressão.
O QUE É DEPRESSÃO
De acordo com estimativas da OMS, mais de
350 milhões de pessoas no mundo sofrem de depressão. Segundo a OMS, a depressão
é comum em
todas as regiões do mundo. Um estudo realizado com o apoio da OMS mostra que em
torno de 5% de pessoas sofreram com a depressão no último ano. Mas o que é depressão e
como se pode diferenciá-la de uma tristeza comum? Em artigo científico, a professora doutora Maria da
Penha de Lima Coutinho e outros, cita a definição de V.A.A. Camon para
depressão:
“A depressão emerge como resultante de uma inibição global da pessoa
que afeta a função da mente, altera a maneira como a pessoa vê o mundo,
sente a realidade, entende as coisas e manifesta suas emoções. Desse modo, é considerada
uma doença do organismo como um todo, que compromete o ser humano na sua
totalidade, sem separação entre o psíquico, social e o físico. Ainda segundo o pensamento desse autor, o desespero em relação
à vida, a angústia, o
desejo de um fim, a morte como presença, o medo como aliado da existência, o
abandono da autoestima, o suicídio como proposta, expressam entre outros sinais a dor do deprimido.”
O doutor Pérsio Ribeiro Gomes de Deus, médico psiquiatra
e professor da Universidade Mackenzie, apresenta a seguinte definição para a
depressão:
A depressão é compreendida atualmente pelas ciências médicas como
uma desordem do funcionamento cerebral que afeta e compromete o funcionamento
normal do organismo, com reflexos ou consequências na vida pessoal em seus
aspectos emocionais ou psicológicos, familiares e sociais. A doença depressiva deve, portanto, ser
examinada dos pontos de vista biológico, genético, cognitivo, social, considerando ainda as histórias pessoal,
econômica e espiritual do indivíduo. A depressão pode ser percebida como sintoma, manifestando- se
nos mais diversos quadros clínicos, como na demência, no alcoolismo, no estresse, e pode ser secundária a outras
doenças clínicas, como observado na hipertensão, no hipotireoidismo, no
diabetes, no reumatismo, no câncer, nos quadros dolorosos crônicos e em várias outras
doenças. Pode ainda ser compreendida como síndrome, incluindo as alterações de
humor (tristeza, irritabilidade, falta de capacidade em sentir prazer, apatia)
e alterações cognitivas, psicomotoras e vegetativas, como as alterações de sono
e apetite; por fim, compreendida como doença. As síndromes depressivas são doenças
multicausais, portanto, com a interferência de diversos fatores causais.
Este quadro clínico é semelhante ao desenvolvido na vida
de Elias. O agravante é que Elias estava combatendo no mundo espiritual contra as hostes
espirituais da maldade (Efésios 6.12). Mas o profeta tinha por sua vez a ajuda do Espírito de Deus
como seu médico por excelência, aquele que o criou, o designou para a tarefa e que lhe proveu
livramento das aflições do momento, renovando-lhe as forças. Aleluias!
CAUSAS DOS CONFLITOS DE ELIAS
São inúmeros os fatores que podem
acarretar um processo depressivo, conforme levantam os especialistas. No caso
de Elias o comentarista levanta dois principais: a decepção e o medo. Alguns
pesquisadores nas academias, preocupados com a questão do estresse no ministério pastoral,
desenvolvem pesquisas para estudar a Síndrome de Bournout entre pastores. Dentre estes, Young Sun Jin, em
pesquisa desenvolvida entre pastores coreanos nos EUA, desenvolveu estudo de
caso do desenvolvimento da síndrome de .Bournout entre estes ministros.
Jin cita em seu trabalho o escritor Frank
Minirth, autor do livro How to Beat Burnout, obra clássica sobre o burnout pastoral.
Nesta obra, o autor apresenta valiosas opiniões sobre o burnout em pastores.
Ele aponta os seguintes quatro fatores que provocam estresse pastoral: -
expectativas não cumpridas - emoções hostis - Ser um workaholic (viciado em
trabalho) - Falha nos sermões e um sentimento de incompetente para com Deus
O pesquisador aponta as seguintes causas
para o comportamento depressivo de Elias:
Egoísmo - em última análise, Deus lembrou Elias de que ele
não era a única pessoa que deixou, que lá eram ainda sete mil que não havia
adorado a Baal. No entanto, nessa fase, Elias sentiram que ele era o único.
Sentimento de ressentimento e amargura - ele se ressentia o fato de que os israelitas
tinham abandonado a Deus. Esta amargura havia drenado energia emocional
importante. Sentimento de raiva em direção a Deus pedindo a Deus para tirar sua
vida com a denúncia, "Eles estão tentando me matar", ele demonstrou sua
insatisfação e falta de confiança em matéria do controle de Deus sobre sua
vida. Todos esses sentimentos são susceptíveis de ser experimentado pelo
indivíduo que se sente oprimido.
AGENTES DO ESTRESSE NO MINISTÉRIO
Sem a pretensão de entrar em uma área tão específica, vamos tratar
aqui dos aspectos práticos no ministério pastoral que podem levar a situações de estresse, podendo afetar
a saúde emocional e física de líderes que lidam com situações de conflito., baseado em relatos de
pastores com larga experiência na prática ministerial e a consequente administração dos conflitos.
O pastor David Fisher, em sua obra Pastor
do Séc. 21 (pg. 135), Fisher destaca:
O papel de cuidar das almas é desgastante,
assim como o trabalho da liderança pastoral em um mundo e uma igreja em que os
líderes estão
sob suspeita e a religião institucional, sob ataques diversos.
Nesta inevitável tensão é o ambiente onde vive o pastor, uma
existência dividia entre o céu e a terra. Conforme Fisher identifica:
”Trabalhamos copara Deus e lidamos com questões santas e eternas
todos os dias de nossas vidas, conscientes de que somos vasos humanos, falíveis e
pecadores. Nossa identidade pastoral inclui os dois lados do que é, na
realidade, um paradoxo. Deus faz a obra infinita do céu por meio de criaturas terrenas
finitas. É um mistério, uma maravilha, uma glória - - e um fardo quase insuportável. Um mundo ministerial com
diferentes fatores intimamente gigantescos, acrescidos do já intolerável fardo de
carregar a verdade divina em nossos invólucros humanos.”
Desta forma alerta para os perigos da
decepção do ministério pastoral em face da dura realidade da prática ministerial em contraste com
as ideias elevadas e as grandes expectativas, como pastores de barro que
enfrentam um mundo que esmaga barro:
“Os pastores inevitavelmente armazenam um alto nível de
frustrações em sua vocação. Ficam frustrados com os conflitos da igreja, com a
futilidade de nosso trabalho e com o fracasso de nosso povo. O ministério
simplesmente nos machuca a maior parte do tempo.”
E aponta alguns fatores que podem levar a
tal estado de decepção: rumores e críticas incessantes, acusações, reuniões improdutivas. Sem falar no
maior de todos os desafios. A grande batalha no mundo espiritual, este sim, o
campo maior da luta de um líder na obra do Senhor.
No artigo as Inigualáveis Lutas
dos Pastores de Hoje, publicado na obra O Pastor Pentecostal, o pastor. Dennis
A. Davis levanta algumas as causas para tais lutas:
- a dúvida quanto ao chamado para a obra;
- empenho em ser cooperativo e reconhecer quem somos para assim evitar o espírito de
competição; - o equilíbrio na mordomia do tempo dividido entre ao trabalho, a família e o
lazer; o equilíbrio das finanças pessoais e da igreja; - o problema de viver em uma
subcultura cristã. Assim as demais pessoas passam a não entender a nossa
mensagem. Para se manter saudável no Ministério, o Pr Richard D. Dobbins aponta algumas fontes de tensão a serem
observadas: - Sobrecarga de informações e as rápidas mudanças do mundo moderno; -
Os problemas nas áreas de valorização excessiva do sexo, o abuso da violência no mundo
moderno e o atual comprometimento moral; - As tensões no mundo de nosso filhos;
- o excesso de atividades simultâneas.
O peso do sucesso do ministério também gera uma
forte carga de estresse.
David Fisher cita o exemplo do grande
pregador Charles Spurgeon, onde suas reuniões atraía milhares de pessoas, chamando a
atenção da comunidade e da imprensa, conforme confessa o próprio
Spurgeon, que se sentia oprimido por ocasionais períodos de depressão:
“Meu sucesso me assustava, e a ideia da carreira que parecia abrir-se
diante de mim, longe de me ensoberbecer, lançava-me no mais profundo abismo.” Eu queria
retornar para a América e encontrar um ninho solitário na floresta, onde pudesse ser
suficiente para as coisas exigidas de mim “
Na verdade, nunca foi fácil ser líder. Em
qualquer época, lugar ou circunstância. Principalmente um líder
espiritual. São milhares de ouvintes a esperar uma mensagem de edificação,
consolação, ajuda. Outros na expectativa de “ver no que vai dar.”
Para estar apto a ajudar a tirar o argueiro
do olho de um irmão, o líder precisa, antes de tudo, auto-examinar-se a fim de que nenhuma
trave venha a servir de empecilho para enxergar o real estado tanto pessoal
quanto das ovelhas.
Conforme o apóstolo Paulo aconselhou a Timóteo, é preciso
primeiramente ter cuidado de si mesmo e da doutrina. (iI Tim 4.16). Cautela
nunca fez mal a ninguém.
O pastor socorre a muitos em crise. Mas,
quando ele mesmo passa por crises, quem o socorre? Primeiramente Deus. Em meio à oração,
jejum, em meditação na Palavra. Na autoanálise onde busca sondar o coração e
encontrar a causa raiz do problema: O que será que está acontecendo? Muitas causas
poderiam ser levantadas de acordo com a viênvia pessoal de cada um. Poderiamos
conjecturar algumas
O estresse e a enfermidade de hoje não
teriam sido causados pelo excesso de atividades? A minha preocupação com a
concorrência desleal dos companheiros que usam técnicas agressivas de marketing em
suas igrejas vizinhas e oferecem uma mensagem mais atraente para as ovelhas?
Não seria por causa da minha falta de confiança na equipe construindo um ministério fraco,
sem autoestima, sem voz e sem vez para garantir a hegemonia da minha voz nas
decisões? Não seria por que nos meus dias de correria desenfreada não sobrou
tempo algum para minha esposa e filhos durante anos e agora não suportam minha
presença em casa? Será porque me acho autossuficiente? Não será por que deixei de orar e tomei
todas as decisões baseado na minha intuição ou na confiança nos recursos
intelectuais, materiais ou no rol das amizades na política? Será porque priorizo a Igreja em
detrimento dos momentos com minha esposa e filhos? Seria o apego ao cargo e
suas benesses? Não seria porque gosto de improvisar em tudo sem planejar nada e
ainda dizer que o Espírito santo é quem me orienta mesmo sem consultá-lo? Será porque o meu povo gosta mais de
ver TV do que olhar para as coisas do céu? Será porque adoro gravatas de seda
italianas enquanto as minhas ovelhas algumas delas não tem o que vestir? Ou será porque busco
subir no ministério à qualquer custo? Será porque faço distinção entre as ovelhas? Será porque falo mais de futebol do que
do evangelho? Não seria porque dou liberdade demais nas brincadeiras com o sexo
oposto para alimentar minha autoimagem masculina e agora sofro tentações? Não
será porque confundi o tesouro da Igreja com os meus recursos pessoais e
assim passo cheques da Igreja à torto e à direito em meu nome? Será por que minha igreja virou uma empresa? Será porque tolero Jezabel? Será que foi
porque decidi construir um megatemplo para desbancar o da coirmã? Será que porque
eu decidi fundar meu próprio ministério para ficar livre da submissão à uma convenção? Será que a minha
vaidade cegou o meu entendimento a ponto de querer subir montanhas sem medir o
custo para mim, minha família e minha Igreja? Será porque deixei o primeiro amor? Será por conta do meio desejo ufanista
de ser um televangelista de sucesso? Será que foi por que deixei de ler a Bíblia para
falar a mim e ensinar apenas para os outros? Ou será que entrei em crise porque não
cedi a tentação de um grupo que quer romper com a convenção em troca das
vantagens atraentes de outro ministério ? Ou será porque desligo o celular quando estou em meus momentos de comunhão
com minha família? Ou quando digo não quando a maioria diz sim ao pecado? Será porque
prefiro andar em um carro popular com dez anos de uso quando os companheiros de
ministério compram carrões importados ás custas do tesouro da Igreja? Será que é porque
costumo sempre visitar as ovelhas acompanhado da minha esposa? Será que é porque acho
que estou dirigindo na contramão quando todos mandam que eu volte e os
acompanhe em suas conveniências? Será que é porque eu disciplinei um membro daquele grupo influente? Será porque
preguei que o crente também sofre? Será porque resisto ao relativismo moral? Será porque sou submisso a minha
liderança? Será pro que sou ortodoxo? Será porque gosto de orar e chorar enquanto muitos contam piadas e
gracejos até mesmo no púlpito ? Será porque combato a licenciosidade? Será porque não tenho prata nem ouro?
Será porque não neguei a minha fé? Será porque não suporto homens maus?
Será porque coloquei à prova os falsos obreiros? Será porque guardei a palavra com
perseverança? Será porque não esqueço de lembrar que Jesus está voltando? Ou será porque não
abro mão do ensino sistemático da doutrina do Senhor? Será que está no tempo de me aposentar? Estas
são apenas algumas inquietações. Deus sabe todas as coisas.
Pesquisa sobre Depressão entre Ministros
O Dr. Pérsio Ribeiro Gomes de Deus, mestre
em Ciência da Religião, médico psiquiatra e professor da Universidade Mackenzie publicou
artigo intitulado UM ESTUDO DA DEPRESSÃO EM PASTORES PROTESTANTES, fruto de
pesquisa realizada entre 13 pastores evangélicos sendo nove presbiterianos, três batistas, e
um da Assembleia de Deus, que identificou as seguintes causas da enfermidade,
conforme entrevista com os obreiros:
Segundo o dr. Pérsio Ribeiro, Podem-se depreender
de sua pesquisa os seguintes pontos levantados como fatores causais para o
desencadeamento de um estado depressivo entre os ministros:
• Estresse relacionado ao exercício da atividade pastoral. • Baixa
remuneração. • Problemas de relacionamento conjugal. • Pecado e enfraquecimento da fé. • Ação do
demônio. • Falta de apoio e compreensão da Igreja (entendida como
organização). • Problemas de relacionamento com membros das igrejas locais. • Cobrança das
igrejas sedes e dos membros das comunidades. • Mudanças constantes dos campos
ministeriais.
Para trazer mais luz ao problema citamos as
conclusões a que chegou o médico-pesquisador:
“Da experiência no exercício da medicina psiquiátrica tínhamos a evidência clínica de que um número elevado de pastores protestantes eram portadores de depressão.
Isso se transformou na hipótese do presente estudo de caso que veio comprovar uma elevada incidência de
quadros depressivos em pastores protestantes. O assunto é bastante
complexo, bem como as causalidades encontradas. Similarmente a outros líderes, os
pastores precisam se mostrar sempre fortes, pois são modelos, e apresentam
grande dificuldade em aceitarem-se doentes. Apresentam falta de informações
adequadas sobre o que seja a doença depressiva, e as ideias a respeito da
doença são fortemente influenciadas por interpretações de cunho religioso.
Outras causalidades merecem menção: baixa remuneração e estresse advindo das múltiplas
funções exercidas no pastorado, aliado à disponibilidade total à comunidade
sem que haja uma jornada de trabalho delimitada. Outro ponto que merece
relevância é a contínua alternância de estados emocionais relacionados às atividades
pastorais, como: ofício fúnebre seguido de celebração de casamento, reunião administrativa,
culto, considerando o fato de que cada evento requer uma disponibilidade
intelectual e emocional diversa.”
CONSEQUENCIAS DOS CONFLITOS DE ELIAS
Especialistas na área postulam que ao sofrer de
depressão, o indivíduo depara-se com sentimentos e pensamentos de pessimismo, desamparo,
tristeza profunda, apatia, falta de iniciativa, descontentamento físico,
dificuldade na organização e fluidez das ideias, comprometimento do julgamento
cognitivo, entre outros sintomas.
O quadro de esgotamento total na prática do
ministério pastoral pode levar ao que os estudiosos chamam de Síndrome de
Bournot. Esta condição acontece em profissionais que exigem contato direto com
as pessoas e que têm uma filosofia humanística do trabalho.
As pressões da vida ministerial se
evidenciam das mais variadas formas de acordo com o temperamento e formação
pessoal do líder. O Pastor Nemuel Kessler, na obra ética Pastoral, aponta alguns
fatores diretamente ligados à vida emocional do obreiro:
Emoções primárias: medo, cólera,
tristeza, alegria; emoções ligadas à estimulação; sensorial: dores, repugnância, prazeres, desprazeres;
emoções ligadas a atuoestima: êxito fracasso, orgulho e vergonha, culpa e remorso; reações às emoções:
ansiedade, estresse, fadiga. Eugene Peterson, em seu livro Pastor
Contemplativo, alerta para o perigo de o obreiro ser tomado por “uma blasfema
ansiedade de querer fazer o trabalho de Deus por Ele..” (Peterson, 2006, p. ), a fim de
atender `as demandas externas.
Solução de Deus
Uma das maiores dificuldades enfrentadas
pelos líderes é manterem-se motivados para assim estimularem em seus liderados a
motivação da equipe para o alcance das metas e objetivos propostos.
Um líder espiritual à exemplo de
Neemias precisa do auxílio e orientação do Espírito Santo na tomada de decisões. E ainda mais na implantação de
mudanças e na quebra de paradigmas seguidos à época e que iam de encontro à vontade de
Deus.
Esdras, o escriba, contemporâneo de Neemias
foi um dos responsáveis pela renovação da aliança do povo com Deus.
Não contavam eles com livros de autoajuda,
artigos de renomados pesquisadores de Harvard, consultorias milionárias de gurus
da administração eclesiástica moderna. Mas tinham a fé para manter a constância de propósitos e o
manual de ajuda do Alto, as Escrituras, para dar o norte às instruções
e assim alimentar o povo. E foi isso que fizeram (Neemias 8.1-9):
Então, o que fazer em tempos de crise ?
Uma das maiores dificuldades enfrentadas
pelos líderes é manterem-se motivados para assim estimularem em seus liderados a
motivação da equipe para o alcance das metas e objetivos propostos.
O pastor Gordon MacDonald escreveu um
verdadeiro tratado de como cuidar de si mesmo na obra Ponha Ordem no Seu Mundo
Interior. Ele destaca a necessidade de colocarmos a nossa casa em ordem
obedecendo alguns princípios espirituais básicos mas muitas vezes negligenciados:
- Estar firmemente convencido de que o
mundo interior, espiritual, deve reger o exterior, e não o contrário; -
Reconhecer a nossa tendência de agir segundo os esquemas e padrões criados pelo nosso
passado desordenado, e não segundo os que são criados por Deus; - Identificar e
encarar de frente os fatores que têm me impelido, tranquilamente atendendo ao chamado de Cristo; -
Entender que sou mordomo de Cristo e não dos meus objetivos, da minha função na
vida e da minha identidade; - Tomar a firme deliberação de encarar o tempo como
uma dádiva de Deus, que merece ser encarado com critério,
começando a reparar os problemas de desperdício de tempo e aplicando as minhas
horas mais produtivas de acordo com minhas habilidades, limitações e
prioridades; - Tomar a firme deliberação de crescer em sabedoria e conhecimento
a cada dia e assim procurar utilizar tudo o que aprendi para servir a outros,
assim como Cristo; - Cultivar regularmente o centro espiritual da minha vida;
Não ter receio de ficar na presença de Cristo; - Absorver os ensinos de Cristo
para que se reflitam em minhas ações e atitudes; - Tomar a firme decisão de
começar já o processo de colocar a minha casa em ordem.
A partir do cuidado de si mesmo, o líder poderá passar a
agir com eficácia em favor dos outros sob seus cuidados. Um líder
espiritual, à exemplo do governador Neemias, responsável pela reconstrução e
repovoamento da nação de Israel quando da volta do exílio babilônico, precisa do auxílio e
orientação do Espírito Santo na tomada de decisões. E ainda mais na implantação de
mudanças e na quebra de paradigmas seguidos à época e que iam de encontro à vontade de
Deus.
As crises pessoais por sua vez também podem ser
geradas a partir de uma crise institucional. Assim se faz necessário buscar a
orientação de Deus para a solução dos problemas da igreja local Promover um
megaevento, convidar a banda gospel top de linha à peso de ouro, trazer o pregador
mais badalado do momento, encher a casa, não vai resolver a situação; Ou quem
sabe mudar a liturgia do culto, abolir o Cantor ou a Harpa Cristã, contratar um
ministro de louvor com sua equipe, tirar os obreiros do púlpito, criar
um grupo de coreografia (eufemismo para grupo de dança), quem sabe a gente não
sai dessa crise? Vamos aderir ao mundo das redes sociais e tornar a Igreja
antenada com as inovações high tech, isso talvez ajude !
Penso que nada disso pode resolver a crise
espiritual à luz do exemplo da reforma de Esdras e Neemias.
Eles simplesmente se voltaram para à Palavra do
Senhor. Mudaram paradigmas porque voltaram aos marcos antigos. Eles, Esdras e
Neemias, junto com os levitas, ensinavam ao povo, recomendando a se alimentarem
da Palavra (Neemias 8.9-18). Invariavelmente está implícito que a
oração fazia parte da liturgia. (Neemias 1.6) Fizeram uma festa tal qual nunca
fora feita até então, onde o centro era a ministração da Escrituras, lidas dia após dia
(Neemias 8.18). O efeito junto ao povo foi de provocar uma tristeza geral, mas
a tristeza que “segundo Deus produz arrependimento para a salvação. (II Coríntios 7.10).
O povo lamentou, chorou, e fez coletivamente confissão de pecados.
Os líderes por sua vez não deixaram os
seus liderados abandonados, corroendo-se em tristeza e dor, ao contrário,
trouxeram-lhes palavras não de autoajuda, mas de ânimo no Senhor: Este dia é consagrado
ao Senhor vosso Deus; não pranteeis nem choreis. Pois todo o povo chorava,
ouvindo as palavras da lei.
Disse-lhes mais:
Ide, comei as gorduras, e bebei as doçuras,
e enviai porções aos que não têm nada preparado para si; porque este dia é consagrado ao nosso Senhor.
Portanto não vos entristeçais, pois a alegria do Senhor é a vossa
força. Os levitas, pois, fizeram calar todo o povo, dizendo: Calai-vos, porque
este dia é santo; por isso não vos entristeçais. Então todo o povo se foi para
comer e beber, e para enviar porções, e para fazer grande regozijo, porque
tinha entendido as palavras que lhe foram referidas.
Assim tomaram posição, mudaram de atitude e
renovaram a aliança com o Deus Bendito (Neemias 10.28 e 29):
E o resto do povo, os sacerdotes, os
porteiros, os cantores, os netinins, e todos os que se tinham separado dos
povos de outras terras para seguir a lei de Deus, suas mulheres, seus filhos e
suas filhas, todos os que tinham conhecimento e entendimento, aderiram a seus
irmãos, os seus nobres, e convieram num juramento sob pena de maldição de que
andariam na lei de Deus, a qual foi dada por intermédio de Moisés, servo de Deus, e de que guardariam
e cumpririam todos os mandamentos do Senhor, nosso Senhor, e os seus juízos e os seus
estatutos.
Desta forma recobraram o ânimo em tempos de
crise espiritual.
Na sua autobiografia Confissões do Pastor,
o Pr. Caio Fábio, pastor presbiteriano, um dos pregadores brasileiros que mais
influenciou sua geração, formador de opinião entre cristãos evangélicos entre
as décadas de 80 a 90, testemunha da sua história de vida e de apego a vida,
enfrentando as crises de infância, juventude, sua conversão, seu chamado e as
crises da prática ministerial a serviço da obra do Senhor, em meio a divergências políticas e
eclesiásticas que lhe trouxeram alegrias e dores. (Fábio, 1999.)
Razões do conhecimento público o levaram a se afastar do centro do cenário evangélico nacional
e internacional. Mas suas mensagens e seus escritos ficaram registrados em
benefício da edificação do corpo de Cristo. Em uma de suas obras procura
responder a uma questão crucial da vida humana: o que fazer em tempos de crise?
No livro Resposta à Calamidade,
editado primeiramente pela CPAD (Fábio, 1989), procura apresentar respostas para o problema e sugere
que tipo de homens temos de ser para enfrentarmos tempos de crises: “ Um homem que
tenha mais do que um mediano otimismo. Pede-se dele um esforço que ultrapasse
muitas vezes aquilo que a nossa humanidade produz.”
No primeiro capítulo, com base no texto de II Reis
7.1-15 que relata a saga de quatro leprosos quando do cerco de Samaria pelo exército dos
siros, contextualiza o cenário da época. Um tempo de “miséria, desemprego, elevação do custo de vida, dramas familiares em
decorrência disso, desmotivação da liderança,” enfim, tempos de crise, de
calamidade. E pergunta: “Quais são os seres humanos capacitados a viver neste tempo de crise?” E descreve
as respostas que encontrou no texto bíblico:
1. Os heróis destes tempos de crise devem ser
pessoas que sabem o que é padecer; que aceita ser discriminada; que sabe viver sem status;
que sabe conviver com a solidão, enfim, conclui que temos que ter na alma e no
coração a força do desapego.
2. Para viver em tempos de crise é preciso
sermos pessoas que entendem que a ação é a única maneira digna de enfrentar a
morte, ação de amor a vida, de luta contra o mal e de servir; Proclama que a
derrota sem lutas é uma das maiores indignidades.
3. Ser pessoas que entendem que a vida só tende a
melhorar e esclarece que só quem já morreu para vida pode vivê-la com otimismo;
4. E, por fim, pessoas que entendem que o
tempo de Deus muitas das vezes não é no melhor tempo humano. Mas é o tempo em que o Senhor manifesta
a sua ação simultânea, agindo em peleja por aqueles que nele confiam.
Assim, depois do agir de Deus em nosso
benefício em meio às crises, ensina que devemos tomar uma atitude de tomar posse das
oportunidades que Deus nos dá para depois compartilhar com os outros das bênçãos
recebidas da parte de Deus, com responsabilidade, generosidade e bom ânimo.
Tenho tanto que fazer que preciso passar várias horas em
oração antes de ser capaz de fazê-lo.” (John Wesley)
Quando a crise mostra a sua face não
adianta espernear, o jeito é orar.
O povo hebreu passou por diversas crises em
sua história enquanto povo de Deus e nação escolhida. Crises estas motivadas
pela desobediência à palavra do Senhor. Como resultado, surgiram momentos de dor,
vergonha humilhação, crises, fruto do juízo e do fruto colhido por semear
iniquidade. Eugene Peterson sugere que se o pastor não se ocupasse de mais nada
do que normalmente faz e lhe rouba quase todo o tempo, o ministro faria
essencialmente três coisas, que não são poucas – Orar, pregar e ouvir. (Peterson,
2002. p. 31)
Assim, como diz o provérbio chinês crises
servem de estímulo para as oportunidades. Muitos buscam oportunidades.
Oportunidades de emprego, de namoro, oportunidades de ganhos ilícitos, para o
exercício de poder, oportunidades ministeriais. Em momentos de crise, a
primeira e talvez única oportunidade que nos resta é orar, orar e orar.
Vivemos atualmente um momento sério de crise
espiritual, crise de integridade, conforme alertou o pastor Warren W. Wiersbe,
No final da década de 80. À exemplo dos tempo de Neemias, dos tempos de Moisés, dos tempos
de Wiersbe, o povo continua a se distanciar de Deus.
Wiersbe denunciou que nos últimos anos,
devido a crise de integridade (Wiersbe, 1889, p. 42), “a igreja tem tido celebridades
demais e servos de menos, um número demasiado de pessoas com muitas medalhas e cicatrizes de menos.”
Assim se faz necessário o levantar de novos Neemias com
o mesmo espírito, firmeza, disposição, coragem, fé, e atitude para reerguer os muros
derrubados pelo pecado do liberalismo, relativismo moral, idolatria, hedonismo,
tirania, antropocentrismo, misticismo, ateísmo, secularização, materialismo,
confissão positiva, consumismo, individualismo, veneração à tecnologia e
a ciência, desamor, incredulidade, permissividade. E tanto quanto
pudermos lembrar daquilo que nos distancia de Deus e de sua vontade.
Portanto é indispensável iniciar a reconstrução dos
nossos muros espirituais e morais começando pela reedificação do nosso altar da
oração.
Elias saiu da caverna depois de um encontro
pessoal com Deus através da oração. Seu ministério foi retomado. Ainda havia de ungir reis e escolher seu sucessor
para continuar a obra que havia iniciado. Ao final, Elias foi arrebatado ao céus porque o
Senhor era com o homem de Deus. Deus está sempre conosco em nossos momentos
de alegria e dor, na cidade, nas grandes reuniões, mas também na caverna
pessoal mesmo em meio a uma grande multidão. Mas para sua glória nos ajuda
a sair de dentro de nós mesmo em atendendo a sua voz de amor e que nos fortalece e no diz
sempre: - Tem bom ânimo!
Além de orar, precisamos retomar o hábito cada vez mais raro de meditar
na Palavra. Chega de livros gospel de autoajuda e de fórmulas prontas.
Quando a incipiente Igreja do primeiro século se
levantou, surgiram as demandas das pessoas e assim foi necessária a
instituição do serviço de diaconia para que os presbíteros de dedicassem com
perseverança e tão somente à oração e ao ministério da Palavra. (Atos 6.4)
Deus nos ajude a administrar, remir o tempo
para nos aplicar à prática sistemática da oração devocional a sós com Deus, do estudo contemplativo
da Palavra, da observação cuidadosa do ambiente ao redor e com a ajuda dos
conselhos dos que nos assessoram para podermos ministrar, pregar, aconselhar,
admoestar e exortar com autoridade, sabedoria e graça.
Deixo um poema dedicado aos queridos
pastores que fazem de suas vidas um inteiro viver para servir.
Pastor em Versos
Pastores São homens de dores Que foram
chamados para servir. Assumir os riscos De viver por fé; Até na dor procurar sorrir.
Pastores Homens atarefados Ocupados no
exercício Do ofício mais sublime. Firmes nas convicções De mostrar ao povo O caminho
novo para se seguir.
Pastores são pais A cuidar dos filhinhos No
ninho da Igreja a alimentar, Cuidar de cada um Sem esquecer nenhum.em
particular.
Pastores são mestres Dedicados em ler,
exortar, ensinar A expectar o crescimento espiritual Sem igual do seu rebanho
em crescimento. No conhecimento e graça do Senhor Que, com Seu amor Ao pastor
ajuda à cada momento.
Pastores são operários, Visionários dos
planos de Deus Os seus ? é viver a trabalhar, A edificar o corpo de Cristo, Visto que que foi
lhe entregue a ferramenta, Em meio à tormenta, Pratica o amar.
Pastores são cuidadosos, Operosos em
conduzir o rebanho, Sem estranho achar recompensas não receber. Deixar crescer
Cristo nas vidas Para então sumir, desaparecer, E Tornar a viver na
Ressurreição Trazendo nas mãos a coroa de glória: Eu e você!
Referências Bibiográficas:
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2ª edição. Rio
de Janeiro: CPAD, 1999.
TRASK, Thomas E. e tal. P Pastor
Pentecostal: Um Mandato para o Século XXI. 2ª edição. Rio de Janeiro: CPAD, 1989.
COUTINHO, Maria da Penha de Lima e tal.
Psico-USF, v. 8, n. 2, p. 183-192, Jul./Dez. 2003. Disponível em
http://www.scielo.br/pdf/pusf/v8n2/v8n2a10.pdf , acesso em 27/01/2013.
DEUS, Pérsio Ribeiro Gomes de. Um Estudo da
Depressão em Pastores Protestantes. Revista CIÊNCIAS DA RELIGIÃO –HISTÓRIA E
SOCIEDADE. Volume 7 • N. 1, São Paulo: Mackenzie, 2009. Disponivel em
http://editorarevistas.mackenzie.br/index.php/cr/issue /view/49, acesso em
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FISHER, David. O Pastor do Século 21. 1ª edição. São
Paulo: Editora Vida, 1999. MACDONALD, Gordon. Ponha Ordem em Seu Mundo
Interior. Venda Nova, MG: Editora Betânia, 1988.
PETERSON, Eugene e DAWN, Marva. O Pastor
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PETERSON, Eugene e DAWN, Marva. O pastor
Contemplativo. Rio de Janeiro:Textus, 2002.
JIN, Young Sun.A STUDY OF PASTORAL BURNOUT
AMONG KOREAN-AMERICAN PASTORS A Thesis Project Submitted to Liberty Theological
Seminary in partial fulfillment of the requirements for the degree DOCTOR OF
MINISTRY Lynchburg, Virginia May, 2009. Disponível em
http://digitalcommons.liberty.edu/cgi/viewcontent.cgi?
article=1165&context=doctoral,
WIERSBE, Warren W. A Crise de Integridade.
2ª impressão.
São Paulo: Editora Vida, 1999.
Fonte: Eclesianet
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