Lição 4 A Prosperidade em o Novo Testamento, 22 de janeiro de 2011 - Subsídio: Professor Érick Freire

Respostas de Cristo a prosperidade material!

Queridos leitores estamos chegando já a quarta lição desse ano, o tempo voa, mas pela graça de Deus temos aproveitado bastante, estou em férias e postando de forma irregular, pois preciso aproveitar minha família durante esse mês, em fevereiro começará minha luta e tudo ficará bem encaixado, aí poderemos ter uma maior constância nas postagens, tanto de jovens e adultos, como de adolescentes e juvenis.

Mas, entrando no assunto da semana, vamos trabalhar sobre um tema igual na forma, mas diferente na concepção as lições anteriores, a prosperidade em o Novo Testamento tem uma concepção um pouco diferente dos livros veterotestamentários (Antigo Testamento). Na realidade nua e crua, sabemos que muitos conceitos bíblicos que temos hoje foram sendo construídos ao passar das épocas, tempos e períodos “filosóficos”, não no sentido filosofal grego, mas na concepção de vida do homem disposto a vontade de Deus.

Nos tempos de Cristo haviam muitas seitas judaicas, apesar de o autor da lição não falar desse fato, vou mostrá-los de forma resumida, durante os quatrocentos anos entre o último livro veterotestamentário e o primeiro evangelho escrito há uma lacuna histórica na Bíblia, mas isso é um erro da Bíblia? Não. Deus não está preocupado em transcorrer sobre a historicidade humana, nem tampouco o desenvolvimento intelectual e religioso deste mundo. Na realidade a Bíblia nos mostra um silêncio dos profetas durante essa época para anteceder a vinda do messias, daí durante esse tempo se formaram várias seitas judaicas como, os fariseus, saduceus, essênios, zelotes.

Existe poucos dados sobre estas seitas, mas só podemos compreender o conceito (errado) de prosperidade daquela época se tivermos a mescla da visão destas seitas, ou seja, grupos separados de estudos, pois seita naquela época não tinha sentido pejorativo como hoje, era como denominações de igrejas nos dias atuais.

Os fariseus faziam parte do grupo com maior apreciação popular, pois eram homens que queriam o cumprimento literal da Lei, como também inseriam uma certa quantidade de novos ritos dentro das cerimônias judaicas, opunham-se aos governos externos e lutavam por um estado nacionalista, resistiram ao governo grego, mas foram dominados pelo império romano, por isso tinham mais de 6 mil membros e o apoio popular, a maioria era simpatizante dos ideais farisaicos de libertação e nacionalismo, alguns dos discípulos de Cristo (não só os doze) provavelmente eram oriundos desse grupo já que, achavam ser Jesus o libertador político, são os fariseus que controlam as sinagogas e são precursores do rabinato judaico. Suas convicções eram tão literais que davam o dízimo até do cominho (Mt 23.23 e 24), mas ao mesmo tempo eram hipócritas, por isso, hoje quando se chama alguém de hipócrita usam pejorativamente o nome “fariseu”, em conseqüência das críticas de Cristo. Com essa interpretação literal, os fariseus se prendiam que a benção financeira só existia através do cumprimento literal da Lei, mas em uma coisa eles acertavam dizendo que “Se Deus reserva a recompensa das boas ações para o mundo futuro é com o fim de que os homens ajam neste mundo por convicção e não por interesse” (WIKIPEDIA, Acessado em janeiro 2012), em contrapartida existiam os Saduceus que se opunham as posições farisaicas, mas eram ainda pior que os fariseus porque não criam na ressurreição e achavam que o dinheiro e as “bênçãos” do dinheiro poderia comprar tudo, inclusive através do dinheiro eles compravam o cargo de sumo sacerdote, é isso mesmo, o cargo de Caifás era comprado, e eles sempre defendiam a posição do governo imperial, não se opunham ao governo e compunham assim, a parte rica do povo judeu, a maioria destes, apesar de poucos eram ricos e manipulavam tudo através do dinheiro, ficando claro isso com a “compra” da vida de Jesus por 30 moedas de pratas a Judas, por isso, quando Jesus fala, “Quão dificilmente entrarão no reino de Deus os que têm riquezas!” 

(Marcos 10:23) os que estavam ali se surpreendem e ficaram perguntando entre si: “Quem poderá ser salvo?” e Jesus diz que para eles pode parecer impossível, mas para Deus tudo é possível, ou seja, ele não disse que não entraria, mas aquele que tem o seu prazer na riqueza este estará de fora. Por isso, Pedro indaga ao Senhor o que ganharia por terem deixado de lado tudo o que era material para seguir a Jesus, e o Senhor com toda sabedoria responde que ganhariam cem vezes mais aqui na Terra em casas, familiares e tribulações e no porvir a vida eterna. O que será que Jesus quis dizer com isso? Alguns dos discípulos possuíam a idéia dos saduceus em enricar como benção da prosperidade, mas o que Cristo dizia era que em sua itinerância ao segui-lo ganhariam muitos irmãos entre os salvos em proporções centenárias, ganhariam casas, mas não que comprariam. Como assim? O filho do homem não tem nem onde por a cabeça para descansar, mas Jesus não dormia na rua, sempre estava em casas de pessoas que tinham feito como irmãos, novos e salvos, o exemplo de Zaqueu quando Jesus almoçou na casa dele é bem latente, até o túmulo de Cristo era emprestado, mas Ele teve um dos melhores túmulos apesar de emprestado.
Jesus disse: “Minha mãe e meus irmãos são aqueles que fazem a vontade do Pai”. Esta idéia errada que se prega por aí, que Deus vai dar mais de 100 casas, 100 filhos, 100 maridos ou esposas, 100 terras é errada, porque a questão não era o bem material, mas o bem social de poder usufruir destes aqui na terra mesmo não os possuindo, inclusive usufruindo de perseguições em cêntuplo. Por isso, não caiam na balela de abandonarem seus filhos e se instalarem em templos feitos por mãos humanas, deixando seus parentes,  pois estará descumprindo o que Paulo disse: “O casado cuida das coisas do mundo, pois deve agradar a esposa” (1 Co 7.33).

Continuando o assunto, então vemos que a ideia de prosperidade de forma torpe é oriunda dos saduceus já que, manipulavam tudo com o dinheiro e se achavam salvos, mas existia um outro grupo que era chamado de Essênios dos quais tinham uma vida totalmente oposta a vida dos saduceus que eram avarentos e glamorosos, sentiam-se os reis da cocada preta, os únicos homens de uma ilha deserta, os melhores, os donos do templo, até porque eram responsáveis por ele, pois como eu disse, compravam o cargo de sumo sacerdote. Os Essênios eram diferentes, segundo alguns, mas não com certeza, o próprio João Batista era um essênio, pois eles se privavam da vida na cidade e moravam no deserto, para alguém ser aceito nesse grupo religioso passava por uma grande prova e depois de aprovado tinha que dar tudo ao grupo para dividir, tinha que ser totalmente santo e puro, sendo que ao desviar desse caminho era expulso sem qualquer tipo de indenização, eles faziam um certo “voto de pobreza”, aniquilavam a ideia de querer ganhar dinheiro, de querer ficar rico, eram opostos extremamente aos saduceus, mas também erravam porque odiavam quem não era essênio, eram os radicais daquela época, e eram contrários a violência e a favor de se tornarem reclusos, por isso viviam no deserto.

O último grupo, os Zelotes como o próprio nome diz, eram zelosos pela lei e chegavam ao ponto de dizer que só os escritos de Moisés eram santos e dignos de apreciação, inibindo os livros da história e dos profetas, possuíam uma cólera e queriam tomar o poder com a força de seu braço, queriam a purificação do povo através da matar ou morrer, possivelmente Simão que tornou-se apóstolo, era zelote antes da conversão e inserção no grupo cristão, mas isso não passa de especulação.

Porque então escrevi sobre isso? Porque só podemos entender o contexto da prosperidade do Novo Testamento com a consciência de quem influenciava as doutrinas daquela época, principalmente quando se trata de fariseus e saduceus que eram ferrenhamente contra o evangelho pregado por Cristo, inúmeras vezes queriam atacá-lo, no sermão do monte, Jesus começa a mostrar os erros desses grupos, ele incendeia suas ideias celestiais que vão totalmente contra a ideologia humana propagada por estes grupos religiosos que influenciava muitos dos incautos daquela época, no capítulo 6 de Mateus, em seu verso 16 Jesus de cara repreende a forma errada de jejuar dos fariseus que quando estavam jejuando mostravam-se abatidos, sofridos, como coitadinhos, depois o Senhor critica o posicionamento avarento e ganancioso dos Saduceus nos versos (19 – 34):

“Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam; Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam. Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração. A candeia do corpo são os olhos; de sorte que, se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo terá luz; Se, porém, os teus olhos forem maus, o teu corpo será tenebroso. Se, portanto, a luz que em ti há são trevas, quão grandes serão tais trevas! Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom. Por isso vos digo: Não andeis cuidadosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer ou pelo que haveis de beber; nem quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o mantimento, e o corpo mais do que o vestuário? Olhai para as aves do céu, que nem semeiam, nem segam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celestial as alimenta. Não tendes vós muito mais valor do que elas? E qual de vós poderá, com todos os seus cuidados, acrescentar um côvado à sua estatura? E, quanto ao vestuário, por que andais solícitos? Olhai para os lírios do campo, como eles crescem; não trabalham nem fiam; E eu vos digo que nem mesmo Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles. Pois, se Deus assim veste a erva do campo, que hoje existe, e amanhã é lançada no forno, não vos vestirá muito mais a vós, homens de pouca fé? Não andeis, pois, inquietos, dizendo: Que comeremos, ou que beberemos, ou com que nos vestiremos? (Porque todas estas coisas os gentios procuram). De certo vosso Pai celestial bem sabe que necessitais de todas estas coisas; Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas. Não vos inquieteis, pois, pelo dia amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal.  (Mateus 6:19-34, www.bibliaonline.com.br)

Só estes versos são suficientes para quebrar a falsa “teoria da prosperidade”, ou “teologia da prosperidade”, pois o Senhor diz que Deus sabe de nossas necessidades e não de nossos “sonhos” e desejos, Ele nos supri do pão de cada dia (Mt 6.11), por isso queridos irmãos leitores, a prosperidade do Novo Testamento gira em torno da prosperidade espiritual, não pense que se você abandonar sua família Deus vai lhe dar cem famílias, se abandonar sua casa vai comprar 100 casas, não abandone seus irmãos, pelo contrário os alimente com a Palavra de Deus.
Deixar, no verso supra no meio desta postagem significa, não dá prioridade, ou seja, dê prioridade a Deus e não a sua denominação, se alguém da sua família pedir pra que você troque Jesus por ele(a) não faça isso, Jesus deve estar em primeiro lugar em sua vida. E não se esqueça junto com 100 vezes mais casas, família, irmãos, parentes, filhos, esposo(a), vem também 100 vezes mais perseguições e tribulações, porque na itinerância dentre estas casas que irás usufruir, mas que não são literalmente sua, você irá levar balde de água na cara, xingamentos, cusparadas, tentativa de homicídio, e muitas outras tribulações, mas regozijes nelas, pois “Grande é a ousadia da minha fala para convosco, e grande a minha jactância a respeito de vós; estou cheio de consolação; transbordo de gozo em todas as nossas tribulações”. (2 Coríntios 7:4) “Para que ninguém se comova por estas tribulações; porque vós mesmos sabeis que para isto fomos ordenados”. (1 Tessalonicenses 3:3)

Então, podemos ser prósperos mesmo na adversidade, porque a prosperidade do Senhor é espiritual, ela nos alimenta até com as tribulações, deixando nossas almas regozijadas por sofrer pelo evangelho e por prosperar espiritualmente aumentando o Reino dos Céus com novas conversões. Amém!

QUE O SENHOR VOS ABENÇOE!!!