“E também houve entre o povo falsos profetas, como
entre vós haverá também falsos doutores, que introduzirão encobertamente
heresias de perdição, e negarão o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si
mesmos repentina perdição”.
(2 Pedro 2:1)
(2 Pedro 2:1)
O altar destruído
“Então Elias disse a todo o povo: "Aproximem-se de
mim". O povo aproximou-se, e Elias reparou o altar do Senhor, que estava
em ruínas”. (1 Reis 18:30)
Queridos, como
sempre contrariando a alguns, gosto de tocar em temas que coçam nossas cabeças.
É duro, mas às vezes precisamos passar a navalha em nossas próprias carnes. No
texto desta semana falarei um pouco sobre a restauração do altar e a relação
dos falsos profetas daquela época e dos falsos doutores nos dias de hoje.
Como dito e
analisado pelo professor Cleiton Medeiros, a palavra original hebraica usada
para restauração do altar foi (RÄPhÄ’),
como o mesmo cita:
“Reparar, restaurar: Em um dos textos
indicados nesta lição, I Rs 18.30, veremos a palavra utilizada para
“restaurou”, “reparou” que está assim: וַיְרַפֵּא, conjugado e com o “ו”consecutivo. O verbo é רָפָא (RÄPhÄ’) que significa curar,
restaurar, reparar, sanar, tratar, remediar, restabelecer, consertar. O altar
que estava em ruínas (הָרַס: HÄRAS > destruir, arrasar, demolir, derribar,
desmantelar, romper, quebrar, transpor limites), devido a negligência do povo
e, principalmente, do rei somado à aversão pagã aquilo que ameaçava a
existência de suas divindades cegas, surdas, tetraplégicas, mudas e incapazes
de sentir o mau odor de seus sacrifícios (ver Sl 115 e 135)”.
Indicando
que o altar não precisava só de ser construído, mas de ser curado, não era
simplesmente uma atitude física de restauração materializada, mas uma atitude
espiritual, indicando principalmente a um retorno as práticas da adoração libertadora
a Deus. O povo, como dito na lição passada, coxeava entre dois ideais
religiosos, o dos baalins e o culto a Yahweh. Elias, para acabar com este
problema, lança um desafio contra os profetas de baal, ou seja, os falsos
profetas.
O mais estonteante
de tudo isso é que era Elias só contra 450 profetas de Baal e mais 400 de
Azherá, ou seja, contra 850 falsos profetas. E não pensem que estes profetas
eram considerados pecadores para o povo! Pelo contrário, eles tinham mais
espaço no reino de Israel que os profetas verdadeiros de Deus. Eles sentavam à
mesa de Jezabel, como afirma o próprio Elias (1 Rs 18.19). Tinham benefícios
porque faziam parte do sistema! Só profetizavam o que Acabe e sua hedionda
mulher gostavam de ouvir! Eram mercenários, cheios de si, cheios de pompa, eram
as meninas dos olhos de Jezabel, achavam-se intocáveis.
Não
diferente, nos dias de hoje, muitas igrejas tem entrado por este caminho
tortuoso, possuem homens que conluiam em seus grupos intentar para seus
próprios interesses. Só um lembrete: “Deus não faz parte de sistema político e
nem de sistema religioso dentro destas instituições ditas eclesiásticas!” É
vergonhoso vermos tantos pastores mancomunados com tantos homens que usam falseadamente o evangelho de Cristo e
corrompem o povo. Pedro nos alertou que, como no Antigo Testamento temos
relatos destes falsos profetas, teríamos o relato de falsos doutores que
disseminariam heresias de perdição.
Inúmeras
vezes e diariamente vemos estes falsos se aproveitando de incautos e vendendo o
evangelho, como os profetas de Baal, estes se entregam ao materialismo e a
falsa prosperidade. Enricam com a falsa afirmação de manutenção da “obra”, mas
na realidade formam e deformam impérios. Estes estão entre os 850 falsos
profetas que aparentaram-se na época de Elias.
Nos dias de
hoje vemos muitos falsos no meio da igreja, para isso elencarei algumas
características destes:
1. Tudo o que recebe, recebe diretamente de Deus,
é amigo íntimo do Espírito Santo e este partilha do seu poder com ele mostrando
coisas além da Bíblia;
2. Suas revelações são dadas diretamente por
Cristo, inclusive Jesus promete até aparecer no meio do povo em teofania na
hora da pregação do tal (mestre, pregador, profetas, bispo, missionário,
apóstolo, padre, etc.;
3. Conta suas experiências e revelações
espirituais como se fosse uma doutrina, antes de consultar se a Bíblia respalda
aquilo;
4. Não gosta de estudar a Bíblia e/ou lê-la de
forma sistemática;
5. Prefere está em reunião de oração e profecia;
6. Gosta dos holofotes, chateia-se quando não
tem oportunidade para contar suas revelações e/ou pregar;
7. Forma grupo de discípulos com intuito de
segui-los, pois gosta de ter seu ego amaciado quando afirmam que ele é um homem
de Deus;
8. Manipula as pessoas para conseguir galgar os
cargos que deseja;
9. Gosta de ser servido, principalmente gosta de
ficar como bibelô de púlpito;
10. Dissemina ideias que vão contra a liderança,
não porque queira corrigir o que está errado, mas porque quer fazer tumulto e
aparecer;
11. Não
aceita correções, tudo o que fala é perfeito e sempre vem de Deus e afirma: “Quem é você pra questionar o que Deus me ensinou diretamente?”;
12. Gosta
de bajular os pastores presidentes, tendo interesse em vantagens por causa da
bajulação;
13. Reúne de
forma particular grupos de pessoas para ir orar no monte sem nenhum objetivo a
não ser aparecer;
14. É
vingativo, sempre gosta de afirmar que vai vencer e rir da cara daqueles que o
perseguiram;
15. É
altivo, o que pensa sempre é melhor do que os outros pensam;
16. Conta
e fantasia testemunhos que não aconteceram ou que são de outra pessoa, mas
atribui a si;
17. Gosta
de provocar os críticos dos movimentos estranhos na igreja, chamando os
estudiosos da Palavra de cru, frio e etc.
18. Distorcem versículos bíblicos para tirar
vantagem nisso. Pegam versículos sobre uma toalha e produzem muitas para
vender, separam textos sobre óleo e unção para vender vidrinhos de unção, e
muitas outras indulgências;
19. Cobram
para pregar ou ensinar nas igrejas;
20. Quando
não têem “oportunidade” para liderar igrejas criam as suas próprias denominações
com intuitos escusos.
Existem
muitas outras características que poderíamos elencar, mas estas são suficientes
para tal.
Nós como
igreja do Senhor, não devemos aceitar profetas de Baal dentro das nossas
instituições, este é um mal que devemos eliminar, não aceitando ensinamentos
estranhos e alheios a Palavra. Muito do neopentecostalismo tem querido entrar
nas nossas igrejas. Os movimentos neopentecostais são heréticos, pois resgatam
muitos valores que não fazem parte do cristianismo, mas de religiões pagãs que
levam ao sincretismo e a aberrações teológicas!
Recomendo que vejam o vídeo abaixo:
Referências
SOARES, Alexandre et al. (Ed.). Bíblia de Estudo Palavras Chave: Hebraico-Grego. 4ª Rio de Janeiro, RJ: Cpad, 2009.
NVI.Bíblia: Nova Versão Internacional. São Paulo, SP: Vida.
Recomendo que vejam o vídeo abaixo:
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Referências
SOARES, Alexandre et al. (Ed.). Bíblia de Estudo Palavras Chave: Hebraico-Grego. 4ª Rio de Janeiro, RJ: Cpad, 2009.
NVI.Bíblia: Nova Versão Internacional. São Paulo, SP: Vida.
HALLEY, Henry Hampton. Manual Bíblico de Halley: Nova Versão Internacional. São Paulo: Editora Vida Acadêmica, 2002.
CHAMPLIN, Russel Norman. Enciclopedia de Bíblia, Teologia & Filosofia, volume 1. São Paulo: Editora Hagnos, 10a. ed, 2011.
JOSEFO, Flávio. História dos Hebreus. 4ª Rio de Janeiro, Rj: Cpad, 2000.
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