Esta semana estaremos estudando sobre a Tolerância Divina,
mas veremos alguns pontos interessantes sobre o livro de Naum, este que era
oriundo de Elcós, uma aldeia da Galileia. Este profetizou em Judah após a
deportação do Reino do Norte (Reinado de Ezequias) para a Assíria e cerca de 3 décadas antes da
deportação de Judah para a Babilônia. Sua profecia girou em torno de Nínive,
capital assíria, que mais de um século antes ouviu de Jonas palavras de
destruição e o povo se converteu. Passados cerca de 150 anos, Deus se volta
contra Nínive mais uma vez, e, desta vez, não haveria perdão, eles já conheciam
o Deus soberano, já não eram alheios à Palavra. Neste sentido iremos trabalhar
alguns pontos abaixo:
A Paciência e a graça de Deus.
“O SENHOR é
muito paciente, mas o seu poder é imenso; o SENHOR não deixará impune o
culpado. O seu caminho está no vendaval e na tempestade, e as nuvens são a
poeira de seus pés” (Naum 1.3/NVI).
A graça, misericórdia, paciência e tolerância do Senhor são longânimes,
mas isso não dá o direito de pecar a torto e a direita, ou seja, à vontade,
pelo contrário, esses atributos Divinos só nos dão a liberdade de escolhermos
servir a Deus de coração ou nos afastarmos cada vez mais dEle, ambas decisões
tem suas consequências, os riscos em desobedecer a Deus são grandes, a sua
longanimidade não é sinônimo de sentimentalismo infundado, nem tampouco uma
paciência exageradamente tola e permissiva, pelo contrário, em sua paciência
e/ou tolerância observamos a soberana justiça Divina, pois Ele, não deixará impune o culpado, tampouco
tolerará o pecado cometido de forma comissiva, com dolo, com vontade própria,
não! Deus jamais faria isso, sua misericórdia não nos deixa ser consumidos, mas
esta misericórdia só existe até o limite do arrependimento, senão houver
arrependimento não haverá misericórdia, quando pedimos perdão arrependidos de
coração, Ele apaga o nosso pecado, Ele “esquece”, ou seja, torna-nos inimputáveis,
isto que é uma tolerância Divina e soberana, tornar o imputável inimputável
pelo arrependimento, seria o mesmo que se alguém cometesse um crime e fosse
perdoado por ter se arrependido. Difícil de compreender, mas nós humanos, reles
mortais não podemos compreender esta relação de perdão de dívidas, diferente do
homem, Deus sabe quando alguém realmente se arrepende. Nós, cristãos,
deveríamos usar esse mesmo padrão de perdão em relação ao próximo, mas numa
sociedade egoísta e egocêntrica não conseguiremos aplicar essa relação,
causa-efeito, pecado/arrependimento/perdão.
Em Nínive, essa graça infindável já tinha se esvaído, o povo
caia em pecado outra vez, desta vez cônscios do que faziam, arrasavam a todos
que viam pela frente, matavam crianças, grávidas, idosos, animais, destruíam
tudo o que passava em sua frente. Nesta perspectiva o profeta diz que “Deus não
tem culpado por inocente”, como falado há pouco, eles não eram mais alheios a
verdade, tinham consciência de seus pecados, alimentaram a ação inversa, de
inimputáveis passaram outra vez a imputáveis, e agora esta consciência e culpa
produzia não mais pecados inconscientes, mas comitivos e sórdidos.
A ira e a indignação
Divinas
“Quem parará diante do seu furor, e quem persistirá diante do
ardor da sua ira? A sua cólera se derramou como um fogo, e as rochas foram por
ele derrubadas”. (Naum 1:6 – ACRF)
A ira de Deus é bem diferente da ira humana, alguns dizem que
Deus não se ira, sinto muito em informar, mas Deus se ira sim e com muito
furor, quando Paulo fala “Irai-vos, mas não pequeis” (Ef 4.26), ele se refere a
raiva pessoal ao próximo, e o melhor continua falando, não guarde rancor, ou
seja, não se ponha o sol sobre a vossa ira. A ira de Deus não é essa, não é de
ressentimento nem mágoa do próximo, pelo contrário, a ira de Deus é expressa em
retaliação ao pecado repetitivo, rotineiro, consciente e reincidente.
A ira de Deus e sua indignação se conceituam como, ação
diretiva de Deus contra o pecado de alguém, seja a pessoa individual, seja de
uma organização (instituição, partido político, igreja e etc.) seja uma nação,
no caso de Nínive, a capital de um império suntuoso que se achava invencível,
semelhante a todos poderosos que se acham invencíveis atualmente, ais destes
que praticam o mal e acham que ficará impune, Deus aguarda a hora para a punição
destes comedores de carne humana.
A ira de Deus está e será manifestada sobre todos os corruptos
que ferem a Palavra do Altíssimo, homens inescrupulosos que roubam das
crianças, acham que estão sendo espertos e que não são vistos (Sl 139.8)
ninguém pode se esconder do soberano Deus, Ele tem contemplado todos os que roubam
os desvalidos e indefesos. Tiram a comida da boca de infantes, trucidam, matam
e mandam matar. “Desgraçados” estes ao caírem na mão de um Deus irado.
A bondade de Deus
“O SENHOR é bom, ele serve de fortaleza no dia da angústia, e
conhece os que confiam nele”. (Naum 1:7)
O Profeta se remete ao salmo 46, quando afirma que Deus é a
fortaleza no dia da angústia, ou seja, aqueles que confiam nEle estão
protegidos no seu palácio, estão municiados com armas de Deus, que não são de
guerra, mas de paz. Nínive tinha uma proteção imponente, mas nenhuma proteção
humana é resistente a ação de Deus, enquanto a fortaleza de Deus jamais é
derribada, quem confia nele tem proteção suprema, os ardis do inimigo são
interceptados e quando nos atingem é para que cresçamos na graça e no Espírito.
Mas, estes não nos destroem, as fortalezas humanas são perecíveis.
A fortaleza ninivita não era igual a de Deus, as águas do rio
Tigre a invadiram, derrubou suas muralhas, ficaram indefesos e como mulheres
inseguras, os soldados já não tinham o mesmo ímpeto, foram chamadas pelo
profeta de mulherzinhas (3.13), fracos, combalidos. A bondade de Deus de cem
anos atrás teria se transformado em ira e julgamento, a bondade era só para os
que confiam nEle, ou seja, Deus ouviu o clamor de Judah que sofria com as
imposições da Assíria, mas isso por pouco tempo, pois três décadas depois, a
ira de Deus recairia também sobre Judah.
Uma visão messiânica
“Vejam sobre os montes os pés do que anuncia boas notícias e
proclama a paz! Comemore as suas festas, ó Judá, e cumpra os seus votos. Nunca
mais o perverso a invadirá; ele será completamente destruído”. (Naum 1:15)
Seria este oráculo uma visão do Massiah? Ou será uma visão
simplesmente do retorno de Judah após a Babilônia? Neste versículo temos um
salto, pois o profeta infere oráculos de maldição a Assíria e a seu rei no
verso 14, mas logo depois salta para Judah e seus montes, reino no qual Naum residia, ora todos
os oráculos se referiam até agora a condenação ninivita e surpreendentemente ele modifica a rota das palavras proféticas para falar diretamente a Judah, é no mínimo
curioso, mais precisamente usa a expressão boas notícias ou boas novas, comparando-se
a Isaías 52:7. Boas notícias, São
usadas como arautos de libertação, e do Evangelho (cf Rm 10:15) trazendo
salvação de Jerusalém através da obra de nosso Senhor, seria a salvação de Judah e sua restauração com Neemias e/ou era a vinda do Mashiah?
Sobre os montes, Se cumpriu cabalmente o anúncio e a primeira parte desta
profecia, pois o mashiah (messias) veio e anunciou o evangelho, não em praças,
mas nos montes, não se expondo como pop
star, mas tendo a humildade de alguém que gostava de estar longe dos holofotes,
não fazendo merchandising, mas dizendo “Não diga a ninguém!” (Mt. 8:4) O monte
parece um lugar de glória e até remete a isso psicologicamente, mas na
realidade, o monte é lugar de esconderijo e de busca ao Pai (Lc 21:37), e após
os anúncios de suas Palavras e seu conhecimento muitos queriam ouvir as boas
novas do monte (Mt 8:1). Sem querermos forçar nada, notamos que este último
versículo do capítulo primeiro, do livro do profeta Naum, se cumpre única e
exclusivamente em Cristo, analisando-se de forma consciente e bibliologicamente
coerente, notaremos que falta cumprir-se o resto da promessa, pois o ímpio
ainda passa pela terra de Judah, inclusive a própria Jerusalém não é capital de
Israel, pois dele é Tel-Aviv, ainda é invadida por povos pagãos (palestinos não conversos, nesta
referência chamados de perversos ou pervertidos), indicando que esse reino
eterno de Cristo ainda será instaurado materialmente, pois espiritualmente já
fazemos parte de um reino espiritual sem capital física, mas com a Jerusalém celestial vista por João (Ap. 21), pois somos a Israel
celestial, Igreja santa e imaculada do Senhor, e esta não é formada por seitas
nem grupos fechados estritamente, mas a todos que servem a Yeshua, o Cristo de
coração (1 Co 7.22), e ao Pai Yaweh em Espírito e em Verdade e com todas as
tuas forças (Dt 6:5).
Alguns podem dizer que isso só se referia a destruição dos
Assírios pela Babilônia, que os perversos seriam só os assírios, mas se formos
a história dos babilônicos em relação a Judah, foram estes mais duros que os
próprios assírios, pois eles destruíram Jerusalém juntos aos perversos
edomitas (descendentes de Jacó) e falavam “Caia Jerusalém! Seja arruinada e
destruída”, estes queriam a destruição de Jacó, mas ambos, babilônicos e
edomitas (idumeus) foram exterminados do mapa (Na 1.15b), junto aos assírios
estes somaram um grupo seleto de povos que mexeu com quem não devia, o povo
escolhido.
A invasão de Nínive
“O destruidor avança contra
você, Nínive! Guarde a fortaleza! Vigie a estrada! Prepare a resistência! Reúna
todas as suas forças!” (Naum 2:1)
“Foi Senaqueribe quem fez de Nínive uma verdadeira
cidade magnificente (c. 700 a.C.).
Ele projetou novas estradas e quadras e construiu o famoso
“palácio sem rival”, cujo plano tem sido quas inteiramente recuperado e tem
dimensões totais de cerca de 503 metros. Ele continha pelo menos 80 salas,
muitas das quais eram preenchidas de esculturas. Um largo número de tabletes cuneiformes foram encontrados no palácio. A
fundação sólida foi feita de blocos de calcário e tijolos de barro; tinha 22 metros de altura. No total, as fundações eram
feitas de aproximadamente 2680000 metros
cúbicos de tijolos
(aproximadamente 160 milhões de tijolos). As paredes no topo, feitas de tijolos
de barro, eram uma altura adicional de 20 metros. Algumas da principais
entradas eram ladeadas por figuras colossais de pedra em portas pesando cerca de 30000 quilos; entre elas estavam leões alados
ou touros, com cabeça de homem. Esses eram transportados de
pedreiras em Balatai e tinham de ser elevados 20 metros uma
vez que chegavam ao local, presumivelmente por uma rampa. Existiam também 3000
metros de painéis de pedra entalhados em baixo relevo, que incluíam registros
pictóricos documentando cada passo da construção, incluindo a entalhação das estátuas e o seu transporte numa
barcaça. Uma figura mostra 44 homens rebocando uma estátua colossal. A
escultura mostra três homens dirigindo a operação enquanto se apóiam no Colosso. Uma vez que as estátuas
chegavam a sua destinação a escultura final era feita. A maior parte das
estátuas pesava entre 9000 e 27000 quilos.
As esculturas em pedra nas paredes incluem cenas de batalhas, empalamentos e cenas dos homens de Senaqueribe desfilando os despojos de guerra diante dele. O rei também
se vangloriou de suas conquistas: ele escreveu de Babilônia “Seus habitantes, jovens e velhos, eu
não poupei, e com seus corpos eu preenchi as estradas da cidade.” Ele escreveu
posteriormente sobre uma batalha em Lachish “E Ezequias de Judá,
que não se submeteu ao meu jugo... Ele eu tranquei em Jerusalém, sua cidade real, como um pássaro enjaulado. Impostos na terra eu impus
sobre ele, e todos vindos dos portões dessa cidade foram obrigados a pagar por
seu crime. Suas cidades que eu
saqueei eu cortei de sua terra”.
Nessa época a área total de Nínive compreendia cerca de 7
quilômetros, e 15 grandes portões penetravam suas muralhas, Um sistema elaborado de 18
canais traziam água das colinas a Nínive, e muitas seções de um
aqueduto magnificente erigido por Senaqueribe foram descobertos em Jerwan, cerca de 65 quilômetros
distante. A área cercada tinha
mais de 100 mil habitantes (talvez até 150 mil), cerca de três vezes mais do
que Babilônia na época, colocando-a entre os mais
largos estabelecimentos pelo mundo.
A grandeza de Nínive teve duração curta. Por volta do ano 633 a.C. o Segundo império Assírio começou a mostrar sinais de fraquezas,
e Nínive foi atacada pelos medas,
que por volta do ano 625 a.C., aliaram-se aos caldeus e sussianos,
e a atacaram novamente. Nínive caiu em 612
a.C., e foi arrasada até o chão. O povo na cidade, que não pôde escapar para
as últimas fortalezas assírias no
oeste, foi massacrado ou deportado. Muitos esqueletos não enterrados foram encontrados por arqueólogos no sítio. O Império Assírio então
acabou, e os Medas e Babilônios dividiram suas províncias entre si.
Seguindo a derrota em 612 a.C., o local permaneceu desocupado por
séculos até o período Sassânida.
A cidade é mencionada novamente na Batalha
de Nínive de 627 d.C., que foi um combate entre o Império Romano Oriental e o Império Persa Sassânida travado nas proximidades da cidade
antiga. Desde a conquista árabe em 637
d.C. até os tempos modernos, a
cidade de Mosul na margem oposta do rio Tigres se tornou a sucessora da antiga Nínive”.
(WIKIPEDIA, Acesso 21/11/2012).
Os babilônicos invadiram
Nínive como locusta, juntos aos Medos arrasaram a cidade altiva, invadiram-na pela fraqueza dos muros que antes tinham sido derrocados pelas
águas da enchente do Rio Tigre, nada natural, pois segundo o próprio profeta,
Deus disse que seriam destruídos pelas águas, interessante seria fazer um
paralelo com o livro de Jonas, pois em Jonas foi pregado subversão por fogo,
mas o povo foi salvo pela água, ou seja, Jonas veio com a mensagem de Deus e
saiu pela água, agora por causa da desobediência e ao retorno de suas práticas
desastrosas Deus os destruiria através das águas (Na 2.6) As comportas dos rios
trouxe a invasão, as estradas trouxeram também (Na 2.1), por mais que o
exército assírio fosse o triplo do exército babilônico e medo, não resistiriam
porque quem estava por trás disso tudo era Yaweh, o Eu Sou, sua soberana
justiça seria feita, a destruição de Nínive era certa, os anais da história
registram esta destruição, a arqueologia encontrou ossadas empilhadas de
desenterrados, de pessoas que correram para fugir pelos montes e foram
exterminadas, essa foi a vingança de Jeová, quem não obedece ao Senhor tem a consequência
do seu pecado, a graça de Deus tem limites, sua tolerância existe quando há
arrependimento, não havendo mudança de comportamento não haverá compaixão.
A condenação foi realizada,
e Deus não se arrependeria mais como fez no tempo de Jonas, os assírios foram
condenados, a ferida foi aberta, exposta e não tinha remédio, pois “Não há cura para a sua
chaga; a sua ferida é mortal. Quem ouve notícias a seu respeito bate palmas
pela sua queda, pois, quem não sofreu a sua crueldade sem limites?” (Naum 3:19)
Fiquem à vontade para comentar, se houver alguma dúvida postem que quinta e sexta-feira estarei respondendo com muito prazer vossas indagações.
ResponderExcluirFiquem na graça e na paz!
Explanação bastante consistente, com profunda base bíblica e alto teor de erudição. Tornando o estudo prazeroso e de muito proveito para aqueles que querem ter um conhecimento maior das Sagradas Letras e o discernimento superior sobre as Escrituras Sagradas. Prof. Érick se destaca sempre com sua linguagem simples, objetiva e clara o que prende o leitor e incentiva o hábito de ler, porque, por sinal é uma ótima leitura. Levi Paiva de Macedo - poeta e radialista há 29 anos.
ResponderExcluirObrigado grande irmão, és uma benção também, escreve belíssimas poesias, se quiser pode por seu link para os irmãos e todos os leitores acessarem!
ResponderExcluirFaltou comentário da lição 9. Seu texto é crítico diferente dos demais, ás vezes um pouco "revoltado", mas pertinente, faço leitura dos seus textos para complementar minhas pesquisas.Quando não escreves, sinto falta. Rsrsrsrs
ResponderExcluirO senhor te abençôe, caro irmão!