Lição 4 - Como enfrentar a Oposição à Obra de Deus - Subsídio Para Escola Dominical, por Professor Érick Freire

“E sucedeu que, ouvindo Sambalate que edificávamos o muro, ardeu em ira, e se indignou muito; e escarneceu dos judeus. E falou na presença de seus irmãos, e do exército de Samaria, e disse: Que fazem estes fracos judeus? Permitir-se-lhes-á isto? Sacrificarão? Acabá-lo-ão num só dia? Vivificarão dos montões do pó as pedras que foram queimadas? E estava com ele Tobias, o amonita, e disse: Ainda que edifiquem, contudo, vindo uma raposa, derrubará facilmente o seu muro de pedra.

Ouve, ó nosso Deus, que somos tão desprezados, e torna o seu opróbrio sobre a sua cabeça, e dá-los por presa, na terra do cativeiro.

E não cubras a sua iniqüidade, e não se risque de diante de ti o seu pecado, pois que te irritaram na presença dos edificadores.

Porém edificamos o muro, e todo o muro se fechou até sua metade; porque o coração do povo se inclinava a trabalhar.

E sucedeu que, ouvindo Sambalate e Tobias, e os árabes, os amonitas, e os asdoditas, que tanto ia crescendo a reparação dos muros de Jerusalém, que já as roturas se começavam a tapar, iraram-se sobremodo, E ligaram-se entre si todos, para virem guerrear contra Jerusalém, e para os desviarem do seu intento.

Porém nós oramos ao nosso Deus e pusemos uma guarda contra eles, de dia e de noite, por causa deles.”

(Neemias 4:1-9)

O primeiro ponto que vamos falar, sobre o texto acima, que dá base a nossa aula dessa semana, é a guerra psicológica que Sambalate trava com Neemias e seus ajudantes da reconstrução da muralha, usando primeiro a ironia para diminuir e humilhar o povo de Deus que estava motivado a restaurar sua principal cidade, os chamando de loucos inconseqüentes e escarnecendo a Deus com a seguinte indagação irônica "É possível acabar a muralha em um só dia se fizessem sacrifícios?". As críticas com certeza não só foram estas registradas nos livros, pelo o que mostra o texto, corriqueiramente eles se organizavam para de alguma forma atrapalhar o andamento da obra. Até e principalmente hoje vemos isto, muitos que “não” tem o que fazer se juntam para atrapalhar a obra de Deus, opõem-se aos que querem trabalhar, reclamam de quem está a frente deste ou aquele trabalho, esta ou aquela congregação, arrumam intrigas e humilham os membros destas instituições.

Entendam que a situação de Sambalate é bem diferente da situação daqueles que se opõem as falsas doutrinas, ou a falta de investimento da igreja, ou melhor, não usem esse texto nem este tema para sair falando besteira por aí, como: “Na minha igreja tem um Sambalate, ele vive reclamando que a igreja precisa de uma melhor estrutura na Escola Dominical! Que as crianças não tem sequer um espaço para departamento infantil! Que doutrina dada na igreja não é doutrina!” Este não é um Sambalate, pelo contrário, é alguém como Neemias que quer a melhoria da casa do Senhor, não confundamos os personagens!

Os tipos de indagações dos Sambalates contemporâneos são: “O que esses fracos fazem com tanta oração?! Pra que estudar tanto a Bíblia?! Pra que tanta doutrina?! Pra que Escola Dominical?! Pra que semana teológica?! Pra que evangelizar?!” são essas e outras questões similares que os Sambalates de hoje fazem. Você pode estar se perguntando: “Como Neemias reagiu a esta oposição? O que ele fez?” Simplesmente o que ele fez não foi nada contra os inimigos diretamente, mas a sua atitude foi continuar trabalhando e orando a Deus pedindo uma providência justa e essa “oração e a fé de Neemias animaram o povo a trabalhar. Cada trabalhador fez o trabalho que lhe havia sido confiado.” (HOFF, 1996, p. 304).

Além de tentar esmorecer o povo, os samaritanos, formaram um conluio ao ponto de organizarem um grupo para invadir e destruir o que já havia sido reconstruído, a aceleração do trabalho deixou os opositores enfurecidos, do mesmo jeito que quando a obra de Deus cresce, o Diabo reserva seus destruidores. Apesar de organizarem esta empreitada contra Jerusalém e parecer ser legal aos olhos dos reinos pagãos circunvizinhos, era totalmente desaprovado pelo rei Artaxerxes, já que o mesmo teria permitido a reconstrução da cidade e tinha posto Neemias como novo governador de Judá.

Mas, apesar disto a organização continuou e durante o dia trabalhavam e à noite ficavam alerta na previsão de algum ataque homicida e destruidor, por isso os adversários não encontraram brechas para invadir e atear fogo na cidade. Mesmo assim, muitos dos judeus se desanimavam por causa da dificuldade de desenterrarem as pedras, antes derribadas e enterradas em meio aos escombros, diziam que estavam muito cansados e sobrecarregados, não diferente, hoje poucos são os que trabalham e estão sobrecarregados com muitas cargas e a luta diária da obra do Senhor os deixa desanimados ao ver os escombros das perseguições no meio da congregação, o orgulho, a inveja daqueles que não conseguem ver alguém crescer espiritualmente, como também os meios ineficazes de alguns líderes trabalharem, principalmente quando usam novas teologias que tem em seu escopo uma sedução inconsequente.


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REFERÊNCIAS

COLEMAN, William L. Manual dos Tempos & Costumes Bíblicos, Belo Horizonte, 1991.

HOFF, Paul. Os livros históricos, São Paulo, Editora Vida, 4ª edição, 2003.

JOSEFO, Flavio, História dos Hebreus, Rio de Janeiro, CPAD, 8ª Edição, 2004.

http://www.bibliaonline.com.br - Biblia online acessado em 15/10/2011