sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Lição 13 - Malaquias - A Sacralidade da família, subsídio Por: Professor Érick Freire


Queridos, nesta semana porei como subsídio o capítulo 11 (jugo desigual) do livro Restauração Espiritual - o exemplo de Neemias, que publiquei e lancei em julho deste ano. Pois o tema é em Malaquias, mas remete-se ao tempo de Neemias governador de Yudah (Judá).

O Jugo desigual

A célula mater da estrutura social humana foi constituída por Deus, e esta é a família, no princípio da raça humana Deus criou o homem como um ser solitário, individual e incompleto, por isso, ao notar e já saber por sua pré-ciência que o homem precisaria de alguém para compartilhar de sua vida. Deus criou uma mulher chamada Eva, este casamento foi instituído e consagrado por Deus, mas desde esta instituição, esta junção entre duas pessoas tem sido deturpada ao longo dos milênios, muito embora, quando é formado como Deus ensinou, funciona corretamente bem.
O casamento é uma extensão do amor, alguns como Neemias, decidem não casar, pois se dedicam a algo com toda vida devocional, nesse caso Paulo alguns séculos depois recomenda que mantenham o celibato para os que tiverem o dom (1 Co 7.8,9) fato controverso no meio católico romano, pois Paulo não obriga, mas faz uma recomendação pessoal. No geral é melhor casar do que praticar adultério, ou melhor, fornicar!

No processo de casamento judaico temos alguns procedimentos como o Dote, a Escolha do cônjuge, o Noivado e a Cerimônia nupcial de uma forma bem particular, conversaremos um pouco sobre isso e logo depois faremos a relação com os Casamentos mistos:
Dote: Era chamado de Mohar e era feito de três formas diferentes, a primeira o noivo dava o valor estipulado pelo pai para liberar sua filha, por exemplo, no caso de Jacó a liberação e o dote foram efetuados após anos de trabalho, ou seja, o seu sogro foi mais argucioso fazendo Jacó trabalhar um tempo dobrado, pois onde ele pusera mão era próspero, por isso, trabalha arduamente pelas duas filhas de Labão.
O segundo tipo de dote era aquele em que o pai dos noivos que davam um presente e o terceiro dote era o noivo que dava um presente a noiva que, por conseguinte presenteava o noivo também, mas esses costumes variavam bastante de acordo com a época.
Os presentes do dote não eram como os de hoje, às vezes, era cerca de 10% ou até 20% da propriedade da família. Para os noivos iniciarem e investirem em suas próprias propriedades. Em outras épocas, o valor era estipulado em dinheiro, moedas de prata, ou ouro, dependia da situação socioeconômica da ocasião.
escolha do cônjuge era feita pelos pais geralmente, sem mesmo consultar a qualquer um dos dois, ou seja, era um casamento arranjado, mas isso não descartava o amor, pelo contrário, na cultura da época o amor eram ações construídas com a convivência, mas antes de se casarem eles tinham a oportunidade de se conhecerem melhor, geralmente durante as festas religiosas públicas como a de pentecostes, durante desfiles e até em danças comunitárias.
Nessa questão tinha algo estipulado pela Lei mosaica que, o povo de Israel não poderia casar-se com mulheres estrangeiras, mesmo assim muitos desobedeciam, a ideia da impropriedade dessa relação era que, as mulheres de outras nações cresciam no meio de culturas pagãs, misturada com ídolos, na crendice de outros deuses que não era Jeová (Yaweh). O caso de Jacó é bem explícito na Bíblia quando, Raquel sua esposa furta ídolos de seu pai, atitude reprovada por Deus.
Noivado geralmente durava um ano, era a preparação mais importante para o casamento, muitas vezes chamado de desposar. Era como a primeira etapa do casamento, para a cultura da época já era considerado como casamento, era tão enfática essa responsabilidade que, para noivar havia uma festa de compromisso e o noivo a partir daí estava dispensado do serviço militar (Dt 20.7).
A conversa do noivado girava em torno da herança financeira, conversavam sobre o quanto seria rentável para a filha aquele casamento, a restituição (caso de viuvez) e o quanto a noiva levaria ao se casar, era realmente um negócio. Mesmo sendo efetuado o compromisso de noivado e sendo chamados de esposa e marido (Mt 1.19) só poderiam viver juntos após a cerimônia nupcial.
Cerimônia nupcial era uma das maiores senão a maior festa familiar existente no meio do povo era uma bela cerimônia, tanto que eles não faziam a festa em um feriado, pois diziam que não é bom que você divida sua alegria participando ao mesmo tempo de duas comemorações, pois para eles a festa merece toda a atenção, até porque é o início de um novo ciclo, um novo lar.
O interessante é que herdamos dos judeus uma cultura que aos poucos está sendo banida que, o noivo não pode ver a noiva durante o dia da cerimônia até a hora de começar, na realidade dependendo de suas famílias ficavam longe um do outro entre um dia à uma semana de “separação”. A ideia deles é que a tensão do casamento não interfira no relacionamento dos dois, e que na festa eles poderão extravasar com tanta alegria.
O casamento era realizado na casa do noivo e ele provavelmente era o responsável pelos gastos, no casamento em Caná na Galiléia onde Jesus realiza seu primeiro milagre a festa deve ter sido realizada na casa do noivo, por isso quando Jesus faz o milagre o vinho é levado ao mestre-sala (cerimonial – organizador da festa) ele chama o noivo e diz “É costume servir primeiro o vinho bom e, depois, quando os convidados já estão quase embriagados, servir o pior. Mas tu guardaste o vinho melhor até agora”. (João 2:10).
Durante a cerimônia os noivos iam para um quarto, ou câmara nupcial e consumavam o ato do casamento, pois os votos eram feitos perante familiares e convidados e não tinha, geralmente, interferência de algum juiz ou um religioso (sacerdote ou qualquer outro), era uma festa e compromisso familiar perante Deus, a introdução realmente legalizada de um juiz ou padre, pastor e etc., veio algum tempo depois.
O Casamento Misto
Falando do assunto deste capítulo, o comentário que acabamos de ler foi para introduzir e entendermos o contexto “casamenteiro” dos judeus e como estes viam o ato de escolha de alguém para passar ao seu lado pelo resto de toda vida. A escolha segundo a Lei mosaica deve ser do meio do povo, a calá (noiva) e o chatán (noivo) deviam ser judeus, professarem o mesmo Deus e a sua lealdade a lei mosaica obedecendo todos os preceitos da Torah (Pentateuco), por isso ao atender as consignações feitas por Deus aos Israelitas, tinham muito cuidado em não macular a pureza religiosa, casando-se com gentios, por isso, esse ato era terminantemente proibido. Mas, isso não era observado por todos, constituindo casamentos mistos no meio do povo, trazendo muitos prejuízos espirituais. E isto não foi um caso isolado ao livro de Neemias, o próprio Moisés se casou com uma midianita antes de receber a Lei no deserto, só em Êxodo 34. 15 e 16 que Moisés passa a ser orientado a ensinar o povo e proibir o casamento com indivíduos de outras religiões, pois esses relacionamentos enfraqueciam a fé judaica, temos como exemplo a referência do livro de Esdras (9.1,2) que era contemporâneo de Neemias e foi quem provavelmente compilou o livro de Neemias ao seu, pois no texto judaico Esdras e Neemias fazem parte de um mesmo livro.
Já no caso de Salomão foi ainda pior porque se casava com mulheres pagãs em troca de favores políticos, através dos acordos de paz (1 Rs 11.1). O maior problema para o povo hebreu cumprir essa regra foi o exílio, principalmente o assírio e babilônico quando, eles se casaram com gentios nestes países de exílio.
O caso mais forte de casamento misto foi o dos samaritanos que, são conseqüência da invasão assíria quando os pertencentes ao reino norte foram arrancados de suas terras e poucos deles ficaram e, estes que ficaram, casaram-se com árabes e outros estrangeiros que foram transportados para Israel pelos assírios, seus filhos começaram a ser chamados não mais de israelitas e sim samaritanos, pois a capital era Samaria. No cristianismo essa barreira foi quebrada por Jesus.
Primeiro um homem não podia falar com uma mulher se não estivesse na presença de seu marido ou pai, segundo porque os judeus tinham repúdio pelos samaritanos, pois se misturaram completamente.
Os discípulos se assustaram por ver Jesus falar com uma mulher “Nisso seus discípulos chegaram e maravilharam-se de que estivesse falando com uma mulher. Ninguém, todavia, perguntou: Que perguntas? Ou: Que falas com ela?” (João 4:27). Mas, o Senhor não olhou para isso e quebrou todos os paradigmas, levando a salvação aos samaritanos.
A Bíblia condenava os casamentos mistos. No caso de Neemias o problema foi ainda mais grave, o povo estava perdendo sua identidade, em (Dt.7) vemos uma orientação bastante enfática no que concerne a este tipo de relacionamento:
 “Quando o Senhor, teu Deus, te tiver introduzido na terra que vais possuir, e tiver despojado em teu favor muitas nações, os heteus, os gergeseus, os amorreus, os cananeus, os ferezeus, os heveus e os jebuseus, sete nações maiores e mais poderosas do que tu; quando o Senhor, teu Deus, as tiver entregado e tu as tiveres vencido, então as votarás ao interdito; não farás pacto algum com elas, nem as tratarás com misericórdia. Não contrairás com elas matrimônios: não darás tua filha a seus filhos, e não tomarás de suas filhas para teu filho, pois elas afastariam do Senhor o teu filho, que serviria a outros deuses; a cólera do Senhor se inflamaria contra ele e não tardaria a exterminar-vos. Mas eis como procedereis a seu respeito: destruireis seus altares, quebrareis suas estelas, cortareis suas asserás de madeira e queimareis suas imagens de escultura, porque és um povo consagrado ao Senhor, teu Deus, o qual te escolheu para seres o seu povo, sua propriedade exclusiva, entre todas as outras nações da terra”.  (Deuteronômio 7:1-6)
Até a língua deles estava sendo esquecida, tanto que, no tempo de Jesus, usavam corriqueiramente o aramaico que era a língua babilônica. Neemias 13:24 diz: “Seus filhos falavam meio asdodita e não sabiam falar judaico, mas a língua de seu respectivo povo”. Sua língua não era a língua da restauração. Precisamos ser constituídos com as verdades de modo que nossa linguagem seja a linguagem do evangelho completo e pleno de Deus. Precisamos do tipo de restauração que vemos sob Esdras e Neemias. Por intermédio de Esdras e Neemias, a restauração do Senhor foi enriquecida, fortalecida, purificada e protegida. Sinto que nessas mensagens, estamos recebendo uma palavra de fortalecimento, de enriquecimento, de purificação e proteção.
A língua asdodita era oriunda da quinta maior cidade de Israel nos dias atuais (Ashdod) terra que é uma das cinco cidades dos Filisteus.
 Observe que, no Novo Testamento o casamento misto ou com incrédulos é condenado por Paulo, verifique que no meio da referência ponho os textos a que ele se refere do AT “Não vos prendais ao mesmo jugo com os infiéis. Que união pode haver entre a justiça e a iniqüidade? Ou que comunidade entre a luz e as trevas? Que compatibilidade pode haver entre Cristo e Belial? Ou que acordo entre o fiel e o infiel? Como conciliar o templo de Deus e os ídolos? Porque somos o templo de Deus vivo, como o próprio Deus disse: Eu habitarei e andarei entre eles, e serei o seu Deus e eles serão o meu povo” {Porei o meu tabernáculo no meio de vós, e a minha alma não vos rejeitará. Andarei entre vós: serei o vosso Deus e vós sereis o meu povo.Eu sou o Senhor, vosso Deus, que vos tirei do Egito para livrar-vos da escravidão. Quebrei as cadeias de vosso jugo, e vos fiz andar com a cabeça erguida. Levítico 26:11-13}. “Portanto, saí do meio deles e separai-vos, diz o Senhor. Não toqueis no que é impuro, e vos receberei. Serei para vós um Pai e vós sereis para mim filhos e filhas, diz o Senhor todo-poderoso” (2 Coríntios 6:14-18). {Parti, parti! Retirai-vos daí, não toqueis nada de impuro! Deixai estas paragens, purificai-vos, vós que levais os vasos do Senhor Isaías 52:11}.
O problema do julgo desigual não é o simples ato de ter uma pessoa casada com outra de uma cultura diferente, ou de uma religião diferente, mas que as raízes cristãs são violadas quando a criança não tem um norte espiritual, levando-a a não criar uma identidade espiritual com o nosso Senhor Jesus, por exemplo, uma situação bastante corriqueira: Um pai cristão evangélico chega para seu filho e diz: - Filho se você quiser ser salvo tem de entregar sua vida a Jesus e cumprir a Palavra de Deus! Só será salvo por sua fé em Cristo e esta fé em conseqüência produz obras em benefício do próximo! Lá na Escola Dominical você pode aprender sobre como cremos em Cristo e eu vou levá-lo para lá no próximo domingo!”No mesmo instante chega a mãe da criança e diz: - Filho, vou levar você domingo de manhã para a reunião lá no centro, vamos tentar falar com a vovó! – Com a vovó? Mas, ela não morreu?! O garoto exclama, - É meu filho, o médium disse que iremos falar com ela! Que legal não é?, -Mãe papai disse que domingo vai me levar para a Escola Dominical! – Deixe que eu falo com ele, você vai falar com a vovó e isso é prioridade!
Imaginem só o que aconteceu com a conversa entre esses pais! E o filho escutando tudo! Ou seja, poderá uma criança assim crescer com um princípio santo dedicado a Deus, ou com uma cabeça cheia de confusão? Com essa história encerro esse capítulo para vocês refletirem!

Confira também o nosso programa sábado dia 29/12/2012 às 15 horas (Natal/RN) 16 horas (horário de Brasília) na www.fmjesusmeurei.com clique no link e confira!!! SERÁ UMA BENÇÃO!!!

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