Queridos, nesta semana porei como subsídio o capítulo 11 (jugo desigual) do livro Restauração Espiritual - o exemplo de Neemias, que publiquei e lancei em julho deste ano. Pois o tema é em Malaquias, mas remete-se ao tempo de Neemias governador de Yudah (Judá).
O Jugo desigual
A
célula mater da estrutura social humana foi constituída por
Deus, e esta é a família, no princípio da raça humana Deus criou o homem como
um ser solitário, individual e incompleto, por isso, ao notar e já saber por
sua pré-ciência que o homem precisaria de alguém para compartilhar de sua vida.
Deus criou uma mulher chamada Eva, este casamento foi instituído e consagrado
por Deus, mas desde esta instituição, esta junção entre duas pessoas tem sido
deturpada ao longo dos milênios, muito embora, quando é formado como Deus
ensinou, funciona corretamente bem.
O casamento
é uma extensão do amor, alguns como Neemias, decidem não casar, pois se dedicam
a algo com toda vida devocional, nesse caso Paulo alguns séculos depois
recomenda que mantenham o celibato para os que tiverem o dom (1 Co 7.8,9) fato
controverso no meio católico romano, pois Paulo não obriga, mas faz uma
recomendação pessoal. No geral é melhor casar do que praticar adultério, ou
melhor, fornicar!
No processo
de casamento judaico temos alguns procedimentos como o Dote,
a Escolha do cônjuge, o Noivado e a Cerimônia
nupcial de uma forma bem particular, conversaremos um pouco sobre isso
e logo depois faremos a relação com os Casamentos mistos:
O Dote:
Era chamado de Mohar e era feito de três formas diferentes, a
primeira o noivo dava o valor estipulado pelo pai para liberar sua filha, por
exemplo, no caso de Jacó a liberação e o dote foram efetuados após anos de
trabalho, ou seja, o seu sogro foi mais argucioso fazendo Jacó trabalhar um
tempo dobrado, pois onde ele pusera mão era próspero, por isso, trabalha
arduamente pelas duas filhas de Labão.
O segundo
tipo de dote era aquele em que o pai dos noivos que davam um presente e o
terceiro dote era o noivo que dava um presente a noiva que, por conseguinte
presenteava o noivo também, mas esses costumes variavam bastante de acordo com
a época.
Os presentes
do dote não eram como os de hoje, às vezes, era cerca de 10% ou até 20% da
propriedade da família. Para os noivos iniciarem e investirem em suas próprias propriedades.
Em outras épocas, o valor era estipulado em dinheiro, moedas de prata, ou ouro,
dependia da situação socioeconômica da ocasião.
A escolha
do cônjuge era feita pelos pais geralmente, sem mesmo consultar a
qualquer um dos dois, ou seja, era um casamento arranjado, mas isso não
descartava o amor, pelo contrário, na cultura da época o amor eram ações
construídas com a convivência, mas antes de se casarem eles tinham a
oportunidade de se conhecerem melhor, geralmente durante as festas religiosas
públicas como a de pentecostes, durante desfiles e até em danças comunitárias.
Nessa
questão tinha algo estipulado pela Lei mosaica que, o povo de Israel não
poderia casar-se com mulheres estrangeiras, mesmo assim muitos desobedeciam, a
ideia da impropriedade dessa relação era que, as mulheres de outras nações
cresciam no meio de culturas pagãs, misturada com ídolos, na crendice de outros
deuses que não era Jeová (Yaweh). O caso de Jacó é bem explícito na Bíblia
quando, Raquel sua esposa furta ídolos de seu pai, atitude reprovada por Deus.
O Noivado geralmente
durava um ano, era a preparação mais importante para o casamento, muitas vezes
chamado de desposar. Era como a primeira etapa do casamento, para a cultura da
época já era considerado como casamento, era tão enfática essa responsabilidade
que, para noivar havia uma festa de compromisso e o noivo a partir daí estava
dispensado do serviço militar (Dt 20.7).
A conversa
do noivado girava em torno da herança financeira, conversavam sobre o quanto
seria rentável para a filha aquele casamento, a restituição (caso de viuvez) e
o quanto a noiva levaria ao se casar, era realmente um negócio. Mesmo sendo
efetuado o compromisso de noivado e sendo chamados de esposa e marido (Mt 1.19)
só poderiam viver juntos após a cerimônia nupcial.
A Cerimônia
nupcial era uma das maiores senão a maior festa familiar existente no
meio do povo era uma bela cerimônia, tanto que eles não faziam a festa em um
feriado, pois diziam que não é bom que você divida sua alegria participando ao
mesmo tempo de duas comemorações, pois para eles a festa merece toda a atenção,
até porque é o início de um novo ciclo, um novo lar.
O
interessante é que herdamos dos judeus uma cultura que aos poucos está sendo
banida que, o noivo não pode ver a noiva durante o dia da cerimônia até a hora
de começar, na realidade dependendo de suas famílias ficavam longe um do outro
entre um dia à uma semana de “separação”. A ideia deles é que a tensão do
casamento não interfira no relacionamento dos dois, e que na festa eles poderão
extravasar com tanta alegria.
O casamento
era realizado na casa do noivo e ele provavelmente era o responsável pelos
gastos, no casamento em Caná na Galiléia onde Jesus realiza seu primeiro
milagre a festa deve ter sido realizada na casa do noivo, por isso quando Jesus
faz o milagre o vinho é levado ao mestre-sala (cerimonial – organizador da
festa) ele chama o noivo e diz “É costume servir primeiro o vinho bom
e, depois, quando os convidados já estão quase embriagados, servir o pior. Mas
tu guardaste o vinho melhor até agora”. (João 2:10).
Durante a
cerimônia os noivos iam para um quarto, ou câmara nupcial e consumavam o ato do
casamento, pois os votos eram feitos perante familiares e convidados e não
tinha, geralmente, interferência de algum juiz ou um religioso (sacerdote ou
qualquer outro), era uma festa e compromisso familiar perante Deus, a
introdução realmente legalizada de um juiz ou padre, pastor e etc., veio algum
tempo depois.
O Casamento Misto
Falando do
assunto deste capítulo, o comentário que acabamos de ler foi para introduzir e
entendermos o contexto “casamenteiro” dos judeus e como estes viam o ato de
escolha de alguém para passar ao seu lado pelo resto de toda vida. A escolha
segundo a Lei mosaica deve ser do meio do povo, a calá (noiva)
e o chatán (noivo) deviam ser judeus, professarem o mesmo Deus
e a sua lealdade a lei mosaica obedecendo todos os preceitos da Torah (Pentateuco),
por isso ao atender as consignações feitas por Deus aos Israelitas, tinham
muito cuidado em não macular a pureza religiosa, casando-se com gentios, por
isso, esse ato era terminantemente proibido. Mas, isso não era observado por
todos, constituindo casamentos mistos no meio do povo, trazendo muitos
prejuízos espirituais. E isto não foi um caso isolado ao livro de Neemias, o
próprio Moisés se casou com uma midianita antes de receber a Lei no deserto, só
em Êxodo 34. 15 e 16 que Moisés passa a ser orientado a ensinar o povo e
proibir o casamento com indivíduos de outras religiões, pois esses
relacionamentos enfraqueciam a fé judaica, temos como exemplo a referência do
livro de Esdras (9.1,2) que era contemporâneo de Neemias e foi quem provavelmente
compilou o livro de Neemias ao seu, pois no texto judaico Esdras e Neemias
fazem parte de um mesmo livro.
Já no caso
de Salomão foi ainda pior porque se casava com mulheres pagãs em troca de
favores políticos, através dos acordos de paz (1 Rs 11.1). O maior problema
para o povo hebreu cumprir essa regra foi o exílio, principalmente o assírio e
babilônico quando, eles se casaram com gentios nestes países de exílio.
O caso mais
forte de casamento misto foi o dos samaritanos que, são conseqüência da invasão
assíria quando os pertencentes ao reino norte foram arrancados de suas terras e
poucos deles ficaram e, estes que ficaram, casaram-se com árabes e outros
estrangeiros que foram transportados para Israel pelos assírios, seus filhos
começaram a ser chamados não mais de israelitas e sim samaritanos, pois a
capital era Samaria. No cristianismo essa barreira foi quebrada por Jesus.
Primeiro um
homem não podia falar com uma mulher se não estivesse na presença de seu marido
ou pai, segundo porque os judeus tinham repúdio pelos samaritanos, pois se
misturaram completamente.
Os discípulos
se assustaram por ver Jesus falar com uma mulher “Nisso seus discípulos
chegaram e maravilharam-se de que estivesse falando com uma mulher. Ninguém,
todavia, perguntou: Que perguntas? Ou: Que falas com ela?” (João
4:27). Mas, o Senhor não olhou para isso e quebrou todos os paradigmas, levando
a salvação aos samaritanos.
A Bíblia
condenava os casamentos mistos. No caso de Neemias o problema foi ainda mais
grave, o povo estava perdendo sua identidade, em (Dt.7) vemos uma orientação
bastante enfática no que concerne a este tipo de relacionamento:
“Quando o Senhor, teu Deus, te
tiver introduzido na terra que vais possuir, e tiver despojado em teu favor
muitas nações, os heteus, os gergeseus, os amorreus, os cananeus, os ferezeus,
os heveus e os jebuseus, sete nações maiores e mais poderosas do que
tu; quando o Senhor, teu Deus, as tiver entregado e tu as tiveres vencido,
então as votarás ao interdito; não farás pacto algum com elas, nem as tratarás
com misericórdia. Não contrairás com elas matrimônios: não darás tua filha
a seus filhos, e não tomarás de suas filhas para teu filho, pois elas
afastariam do Senhor o teu filho, que serviria a outros deuses; a cólera do
Senhor se inflamaria contra ele e não tardaria a exterminar-vos. Mas eis como
procedereis a seu respeito: destruireis seus altares, quebrareis suas estelas,
cortareis suas asserás de madeira e queimareis suas imagens de escultura,
porque és um povo consagrado ao Senhor, teu Deus, o qual te escolheu para seres
o seu povo, sua propriedade exclusiva, entre todas as outras nações da
terra”. (Deuteronômio 7:1-6)
Até a língua
deles estava sendo esquecida, tanto que, no tempo de Jesus, usavam
corriqueiramente o aramaico que era a língua babilônica. Neemias 13:24
diz: “Seus filhos falavam meio asdodita e não sabiam falar judaico, mas a
língua de seu respectivo povo”. Sua língua não era a língua da restauração.
Precisamos ser constituídos com as verdades de modo que nossa linguagem seja a
linguagem do evangelho completo e pleno de Deus. Precisamos do tipo de
restauração que vemos sob Esdras e Neemias. Por intermédio de Esdras e Neemias,
a restauração do Senhor foi enriquecida, fortalecida, purificada e protegida.
Sinto que nessas mensagens, estamos recebendo uma palavra de fortalecimento, de
enriquecimento, de purificação e proteção.
A língua
asdodita era oriunda da quinta maior cidade de Israel nos dias atuais (Ashdod) terra que é uma das cinco
cidades dos Filisteus.
Observe
que, no Novo Testamento o casamento misto ou com incrédulos é condenado por
Paulo, verifique que no meio da referência ponho os textos a que ele se refere
do AT “Não vos prendais ao mesmo jugo com os infiéis. Que união pode haver
entre a justiça e a iniqüidade? Ou que comunidade entre a luz e as
trevas? Que compatibilidade pode haver entre Cristo e Belial? Ou que
acordo entre o fiel e o infiel? Como conciliar o templo de Deus e os
ídolos? Porque somos o templo de Deus vivo, como o próprio Deus disse: Eu
habitarei e andarei entre eles, e serei o seu Deus e eles serão o meu povo” {Porei
o meu tabernáculo no meio de vós, e a minha alma não vos
rejeitará. Andarei entre vós: serei o vosso Deus e vós sereis o meu
povo.Eu sou o Senhor, vosso Deus, que vos tirei do Egito para livrar-vos da
escravidão. Quebrei as cadeias de vosso jugo, e vos fiz andar com a cabeça
erguida. Levítico 26:11-13}. “Portanto, saí do meio deles e
separai-vos, diz o Senhor. Não toqueis no que é impuro, e vos
receberei. Serei para vós um Pai e vós sereis para mim filhos e filhas,
diz o Senhor todo-poderoso” (2 Coríntios 6:14-18). {Parti, parti!
Retirai-vos daí, não toqueis nada de impuro! Deixai estas paragens,
purificai-vos, vós que levais os vasos do Senhor Isaías 52:11}.
O problema
do julgo desigual não é o simples ato de ter uma pessoa casada com outra de uma
cultura diferente, ou de uma religião diferente, mas que as raízes cristãs são
violadas quando a criança não tem um norte espiritual, levando-a a não criar
uma identidade espiritual com o nosso Senhor Jesus, por exemplo, uma situação
bastante corriqueira: Um pai cristão evangélico chega para seu filho e
diz: - Filho se você quiser ser salvo tem de entregar sua vida a Jesus e
cumprir a Palavra de Deus! Só será salvo por sua fé em Cristo e esta fé em
conseqüência produz obras em benefício do próximo! Lá na Escola Dominical você
pode aprender sobre como cremos em Cristo e eu vou levá-lo para lá no próximo
domingo!”No mesmo instante chega a mãe da criança e diz: - Filho, vou levar
você domingo de manhã para a reunião lá no centro, vamos tentar falar com a
vovó! – Com a vovó? Mas, ela não morreu?! O garoto exclama, - É meu filho, o
médium disse que iremos falar com ela! Que legal não é?, -Mãe papai disse que
domingo vai me levar para a Escola Dominical! – Deixe que eu falo com ele, você
vai falar com a vovó e isso é prioridade!
Imaginem só
o que aconteceu com a conversa entre esses pais! E o filho escutando tudo! Ou
seja, poderá uma criança assim crescer com um princípio santo dedicado a Deus,
ou com uma cabeça cheia de confusão? Com essa história encerro esse capítulo
para vocês refletirem!
Confira também o nosso programa sábado dia 29/12/2012 às 15 horas (Natal/RN) 16 horas (horário de Brasília) na www.fmjesusmeurei.com clique no link e confira!!! SERÁ UMA BENÇÃO!!!
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Fiquem à vontade para dar suas opiniões!
ResponderExcluirParabéns pelo excelente trabalho.
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