quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Lição 12 - Zacarias - O Reinado Messiânico, 23 de dezembro de 2012, Subsídio: Professor Érick Freire


Zacarias

O livro de Zacarias é dividido em duas partes principais, segundo alguns estudiosos, seguindo um padrão literário bem antigo. O seu primeiro conteúdo são profecias autênticas datadas por volta da segunda metade do século VI a.C. Estas compõem os capítulos de 1-8 contendo esta oito visões em sua totalidade: A visão dos cavalos (1.7-17), a visão de quatro chifres e de quatro artesãos (1.18-21), a visão da corda métrica (2), a visão do sumo sacerdote Josué (3), o candelabro e as duas oliveiras (4), o pergaminho e o cesto que voam (5.1-4), A mulher dentro da cesta (5.5-11) os carros de guerra (6.1-8).
Na segunda parte, o conteúdo está repleto de um discurso das últimas coisas ou coisas futuras, em forma de poesia, sumariando vários temas proféticos desde os profetas Maiores aos menores. Aqui o texto é repleto de citações messiânicas, alguns eruditos afirmam categoricamente que nesta parte o Senhor trata através de Zacarias o futuro do Mashiah, sua rejeição por seu povo e sua aceitação futura, concorrendo e concordando com Isaías 53.3, formando após esta aceitação a restauração final da nação de Israel, deixando-a no confortável patamar de pioneira da restauração Universal, já que o Messias sai desta, confirmando o texto de Simeão no evangelho escrito pelo médico Lucas (cf Lc 2:30-32.)
Zacarias é a palavra hebraica para "Yahweh lembra". Este nome, Zacarias, é o nome mais comum nas Escrituras no Antigo Testamento, cerca de 30 pessoas diferentes tinham este nome. Mas, o único profeta de destaque com esse nome foi o neto de Ido, que era líder de uma família de sacerdotes. O pai de Zacarias se chamava Berequias (Zc 1.1). Por isso, Zacarias não só foi profeta, mas também fazia parte do grupo dos sacerdotes tendo uma visão mais ampla e dicotômica da situação espiritual de Israel.
De todos os profetas, Zacarias foi o mais messiânico, como já dito, ele profetizou sobre temas muito parecidos com o profeta maior Isaías. As profecias messiânicas no livro de Zacarias são tão contundentes que é aceito que ele escreveu mais sobre o Mashiah que todos os profetas menores juntos.


O teísmo de Zacarias

Nos oráculos exposto por meio de Zacarias, Deus mostra que Ele interfere diretamente na criação, não os abandonou, que está vendo e contemplando tudo o que ocorre embaixo na Terra, mostra claramente como trata os desobedientes que se desviam da Palavra e de suas orientações, deixando claro a real causa do cativeiro babilônico (Zc 7.8-14). Bem diferente do que prega o deísmo, que colabora para uma teoria da Força criativa (pessoal e impessoal), ou seja, criando pessoalmente a humanidade e logo depois deixando-os a merce da natureza.


Pecaminosa preguiça

Os oráculos transcritos e também verberados por Zacarias trazia em seu escopo, advertências aos preguiçosos, no mesmo tom ou até mais enfaticamente a Ageu que, deu uma dura nos desacordados para a reconstrução do templo que pouco mais de meio século antes havia sido destruído por Nabucodonosor. Ageu conseguiu motivá-los para construir as fundações do templo, antes salomônico, mas a preguiça voltou e entorpeceu o povo. Aí mais uma vez Deus manda um outro profeta, contemporâneo de Ageu, mas com um ministério mais prolongado, para reerguer a vontade do povo em trabalhar para Deus. Nos nossos dias temos necessitado de muitos Ageus e Zacarias, pois o esfriamento da obra tem trazido apostasia até dentro da igreja. Não é uma apostasia de abandono de uma ou outra instituição, mas a apostasia da doutrina e da Palavra, precisamos de homens e mulheres como Zacarias, precisamos de servos prontos a alertar o povo de toda a sorte de desvios de conduta do povo que se dia de Deus. É necessário estarmos na dependência do Senhor e sob o ensino de sua Palavra, precisamos acordar! Acorda Igreja do Senhor! O messias já veio e está às portas de seu retorno, Ele virá com alarido e levará somente os fieis aqui desta Terra, sua glória é imensa, seu poder é incalculável, seu caráter é inestimável, sua graça e soberania são imutáveis. Quem está pronto? Nós não devemos nos prepararmos, devemos já está preparados como as virgens prudentes, acesos pela Palavra, ativos na sua obra, indo e evangelizando, fazendo e continuando a Obra que ele deixou aqui na terra para nós seus escravos! Devemos servir ao próximo com a Palavra, devemos fazer com auto-motivação a sua obra, com espírito voluntário levar a luz para as nações!


A visão do sumo sacerdote, uma previsão expiatória de Yeshua

A visão dada ao profeta sobre o sumo sacerdote Yehoshua (Josué) é uma prévia perspectiva do salvador no seu sacrifício expiatório, tanto o nome Jesus como Josué são a mesma coisa em hebraico, possuem o mesmo significado, "Salvação de Yahweh". O sumo sacerdote Josué está vestido de roupas impuras, isso é tipológico, pois simboliza o pecado de todos os povos que recai sobre Cristo na cruz, em Josué era o pecado da nação. Na visão as roupas impuras são retiradas de Josué, consequenciando então a lógica de perdão dos pecados nacionais de Israel que seria um retrato do sacrifício vindouro de Cristo quando o mesmo se sacrifica para expiação de nossos pecados. Essa mediação e reconciliação da humanidade com Deus seria feita em um único dia (cf 3.9), quando o mashiah (cf 3.8; 6.12), descendente de Davi for ferido e traspassado (cf 12.10) e uma fonte jorrará (cf 13.1)
Vemos também o cumprimento de outras citações sobre o Mashiah no Novo Testamento, em Malaquias 9:9 falasse na entrada triunfal de Cristo em Jerusalém que se cumpriu em Mt 21:5, suas mãos traspassadas (Ml 12.10) que se cumpriu em João 19.37. E o Pastor ferido (Ml 13.7) que se cumrpiu em Mt 26:31.

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Referências


HALLEY, Henry Hampton. Manual Bíblico de Halley: Nova Versão Internacional. São Paulo: Editora Vida Acadêmica, 2002.

CHAMPLIN, Russel Norman. Enciclopedia de Bíblia, Teologia & Filosofia, volume 6. São Paulo: Editora Hagnos, 10a. ed, 2011.

NVI. Bíblia: Nova Versão Internacional. São Paulo, SP: Vida, 2000.

JOSEFO, Flávio. História dos Hebreus. 4ª Rio de Janeiro, Rj: Cpad, 2000.



  

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