O
livro do profeta Obadias tem um cloth
background (pano de fundo), pois é formado pela relação conflituosa e
histórica entre Israel e Edom (Indumeia), como dito no texto anterior, são
descendentes de Jacó e Esaú. Conflitos estes que se iniciaram desde o ventre de
Rebeca (Gn 25.22) e se estenderam por séculos. Isto mesmo, as primeiras lutas
entre os povos citados se iniciou na madre rebequiana, guerreiros
intrauterinos. A disputa foi to ferrenha que a Palavra registra que Jacó nasceu
agarrado no pé de Esaú.
Desde
a fuga de Jacó ao seu reencontro com Esaú, só havia ira e vingança, Esaú queria
retaliar a atitude suplantadora de seu irmão, mas no reencontro houve perdão,
mas anos mais tarde os edomitas e hebreus voltariam a se estranhar!
O
problema é que, briga de família é a mais amargosa de todas, e este não é o
único exemplo na Bíblia, a indiferença existente até hoje de palestinos e
judeus tem origem no relacionamento de Abraão com Agar, mãe de Ismael (pai dos
árabes e palestinos). No Brasil temos um exemplo prático nacional entre dois
irmãos na política. Quem não lembra de Fernando Collor e Pedro Collor?
O
primeiro registro conflituoso de grande porte entre Israel e Edom está nas
Escrituras (Nm 20.14-21 e Dt 25) Quando Edom nega aos seus irmãos hebreus o
transpasse com destino a terra de Canaã (1406 a.C.) 414 anos depois é a vez da
retaliação davídica (2 Sm 8.12), conquistando e dominando Edom, cumprindo a
benção de Isaque a Esaú “...você servirá a seu irmão”(NTLH), mas seria liberto
através da revolta (Gn 27.40), por isso em 845 a.C. Edom faz uma campanha
militar junto aos filisteus contra Judah tomando e pilhando a cidade (2 Cr
21.17a).
Em
785 a.C. Amazias se vinga do que fizeram a seu pai Jeorão e mata cerca de vinte
mil homens indumeus (edomitas), sujeitando outra vez Edom, mas pouco tempo
depois o domínio é aniquilado por Jeoás por causa da altivez de Amazias (2 Cr
25.11-24).
Após
duas centúrias, os edomitas se aliam ao império babilônico para destruir
Jerusalém e gritavam “Arrasem Jerusalém até o chão” (Sl 137.7b NTLH), com isso
tomaram posse do sul de Judah e se instalaram. Após a queda do império dos
jardins suspensos, alguns edomitas mesclaram-se aos judeus e a árabes que
residiam na região, principalmente os nabateus que, com esse fato miscigenou os
transformando nos agora chamados mais frequentemente idumeus, formando o estado
da Idumeia, estes foram forçados por João Hircano em 126 a.C. a circuncidarem-se,
tornando-os judeus a força.
Com
isso, o problema se agravou, os idumeus em 40 a.C. formam o rei palestino,
Herodes, O Grande, conquistou e subjugou Jerusalém em 37 a.C. Daí pra frente
todos os reis herodianos hostilizaram o povo israelita. Inclusive, a
perseguição e morte de infantes abaixo de dois anos do sexo masculino (Mt 2)
era porque Herodes temia que os judeus tomassem o poder dos idumeus (edomitas)
e Yeshua fosse o agente desta revolução judaica, Herodes tinha tomado
conhecimento da Profecia de Miqueias 5.2 e fez cumprir Jeremias 31.15.
O
fim dos idumeus (edomitas) só ocorreu no ano 70 d.C. se cumprindo o que o
profeta Obadias havia falado, a população de Jerusalém não judaica foi arrasada
e destruída, os aliados romanos que antes eram amigos e companheiros, agora
tomavam o poder de Herodes e baniria toda população idumeia da face da terra,
poucos que sobraram se misturaram aos árabes e palestinos, mas nunca mais ouviu
se falar em Edom.
O território de Edom
O
território de Edom tinha um formato parecido com um retângulo mal feito, sendo
200 quilômetros de comprimento e por 48 quilômetros de largura. Área coberta de
montanhas que chegavam até 1740 metros de altitude. Uma característica era as
rochas vermelhas que aludiam o nome do povo “vermelhos”.
O Princípio de retribuição
Na
Bíblia não vemos este termo escrito literalmente, mas a ideia ocupa lugar em
conceitos “de palavras hebraicas e gregas como ira” (RN CHAMPLIM). Geralmente a
retribuição é consequência de ações sejam de obediência ou indisciplina. Em (Dt
28) o Senhor através de Moisés fala sobre as bênçãos e maldições retributivas
de acordo com a ação do povo. Muitas foram as advertências sobre esta
retribuição, tanto feitas por Cristo, quanto pelos profetas.
Existem
alguns princípios quem norteiam a retribuição divina, segundo R.N. CHamplim,
são:
1) A natureza de Deus, pois ele é reto, justo, onipotente e soberano, por isso, ele quer e é
capaz de punir o mal e recompensar a retidão. Sua soberania trás para nós seu
julgamento, pois ser soberano é transcender ao físico, emocional, material e
intelectivo, em suma tudo o que é visível e invisível ele domina e quer e pode
controlar.
2)
Inevitabilidade da retribuição. Em Gal. 6.7 e 8, claramente nos
trás este princípio, não focando só a retribuição ao ato soberano de Deus, mas
ao princípio das ações do homem. Deus não o faz simplesmente como justiceiro,
mas porque os atos trazem consequências inevitáveis, tanto no campo moral, como
no espiritual.
3)
Propriedade da punição. Deus é justo e não pode deixar um
ato de pecado passar impune, e Mateu 7.2 é bem claro que a punição é
proporcional aos atos.
Devemos
entender algo sobre a retribuição, pois alguns acham que este princípio é
desumano, opressor e desproporcional ao amor, mas pelo contrário, “A própria
retribuição é uma manifestação do amor divino” (R.N. CHAMPLIM), mas a
retribuição após castigar ela tem o efeito restaurador porque leva o povo e/ou
indivíduo a uma reflexão que trás restauração espiritual, o sofrimento leva-nos
a refletir e “voltar ao primeiro amor”, como chamasse no hebraico, faz-se uma teshuvá, um retorno. Muitos de nós
estamos precisando deste retorno antes que sejamos destruídos, não precisamos
de uma Nova Reforma, precisamos de uma restauração espiritual.
Fiquem à vontade para tirar dúvidas e comentar!
ResponderExcluirProf.
ResponderExcluirParabens pelo seu comentário. Como sempre surpreendendo com seu conhecimento.
Agora, gostaria de saber se esse povo ainda existe. Alguma descendencia? E o territorio/cidade onde esse povo morava, chamava-se Edom?
Claudecy Ribeiro
Claudecy, a nação edomita (idumeia) se espalhou no meio de outros povos, como árabes e palestinos, alguns também estavam entre os judeus, mas não existe mais ninguém considerado idumeu,ou seja, agora seus descendentes podem estar em qualquer parte do mundo, mas não mais caracterizados como idumeus, diferente dos judeus que se espalharam, mas muitos persistiram com suas origens e retornaram a Israel a partir de 1948. Fica na paz!
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