A Origem de Edom e seu ódio por Israel
Quem era Obadias? Esta é uma pergunta
que perdura por muitos anos, ninguém sabe respondê-la com exatidão, ninguém
sabe sua real origem, mas temos pistas que este nome era muito comum entre os
hebreus, tendo só no Antigo Testamento pelo menos 12 personagens com este nome
que significa “adorador de Yaweh”, dando a noção que os pais deste profeta eram
dedicados a Deus. Existem cerca de vinte citações ao nome Obadias, sendo, como
disse, de pelo menos doze pessoas diferentes, mas nenhum destes parece ser o
autor do livro que leva seu nome.
Apesar de pequeno, o livro de
Obadias, segundo alguns eruditos, não foi escrito exclusivamente pelo profeta,
mas há controvérsias neste tipo de percepção. O ano da inscrição do livro do
profeta Obadias também gera muitas discussões, pois há uma variante entre o ano
de 845 a.C. e 586 a.C.
Obadias escreve estas profecias,
oráculos de Yaweh, aos edomitas (os vermelhos), descendentes de Esaú, o irmão
gêmeo mais velho de Jacó, que fora enganado e ao mesmo tempo desinteressado
pela primogenitura. O desinteresse de Esaú, a perspicácia de Rebeca, a cegueira
e omissão de Isaque e o engano de Jacó, transformou uma indiferença entre
irmãos em uma guerra milenar universal, entre dois povos, Israel e Edom.
Tudo teve início nas escolhas mal
elaboradas e desunidas entre Isaque e Rebeca, ambos tinham o filho preferido.
Isaque escolhera e amava mais a Esaú, pois além de ser o primogênito, era hábil
na caça, homem experimentado no campo, isso dava orgulho ao pai, além do que,
gostava de comer a carne dos animais que Esaú caçava, essa preferência é
referendada em Gn 25. 27 e 28. Já Jacó era um homem pacato, caseiro, o “filhinho
da mamãe”, com certeza era aquele que ficava em casa conversando e ajudando a
sua mãe nos afazeres diários, isso trouxe a sua mãe a preferir-lhe (Gn 25.28b).
Esaú, como de costume, estava
caçando, chega em casa exausto, seu irmão, como sempre, estava em casa e dessa
vez cozinhara um ensopado de lentilhas vermelhas, quando Esaú exaurido pelo
cansaço sente o cheiro daquele prato saboroso, pede desesperadamente para comer
aquela coisa vermelha – por isso, passou a ser chamado vulgo ‘vermelho’ (Edom) –
Jacó muito astucioso aceitou dar o prato de ensopado sob uma condição, Esaú
devera ceder-lhe os direitos de primogenitura. Esaú, como sempre, inconsequente
e instintivo, jurou ao irmão que aceitava a posposta e comeu o prato feito. Era
o início da desunião milenar, do ódio vermelho (edomita).
Não diferente, hoje em dia, pais
criam seus filhos em rivalidade, imperceptivelmente as consequência podem se
tornar trágicas, estas podem levar a desastres incomensuráveis e a guerras
históricas. Enquanto Jacó, que logo mais, enganara mais uma vez seu irmão e o
seu pai, passando-se por Esaú, incentivado por sua mãe ele engana o velho pai e
depois da fúria de Esaú foge. Esaú contava seus dias de vingança que, sabemos,
não se concretizou. O perdão veio a tona. Esaú provavelmente ao ver seu irmão
manco de uma perna e acompanhado de sua família, ajoelhar-se sete vezes (Gn
33.3) em sinal de humilhação, se comoveu e as lágrimas escorreram em seu rosto, a
compaixão foi maior que o ódio, o abraçou, chorou e o beijou. A vingança havia
sido esquecida, a saudade e a misericórdia foram superiores. Mas, a
descendência de Esaú não pensou do mesmo jeito, os edomitas se tornaram uma
pedra no caminho de Israel.
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