Amós
prega contra o enriquecimento ilícito dos aristocratas hebreus, fervorosamente
foi contra seus luxos e o meio opressor pelo qual se enriqueciam, fazendo os
pobres de escravos. Verberou às autoridades o juízo de Deus, tanto o juízo
natural, peste locusta (gafanhotos), como o juízo físico e material, com a
invasão das terras hebreias pelo exército militante assírio, mostrando a todos
o verdadeiro Dia do Senhor que não era de luz e sim de trevas. Oseias também
enfatizou sobre a destruição de Israel por causa do seu pecado e altivez, antes
Israel punha medo, agora seria amedrontado, humilhado, saqueado e destruído (Os
13.15 e 16).
E o que isso tem a ver professor?
O assunto não é Jonas? Calma querido leitor, antes de entrarmos na história de
Jonas (Yonah), precisamos entender melhor o contexto da época em que ele vivia.
Como afirmei anteriormente, Israel andara em pecado e seria destruída, é aí que
entra a história de Yonah. Ele teria profetizado toda a prosperidade do reino
do norte, Israel, a riqueza, a pompa e a reconquista (2 Rs 14.25). Parece
paradoxal, mas não o é, Yonah havia profetizado a conquista e a riqueza, mas não
foi seu trabalho alertar sobre as ilicitudes, na realidade, quem faria isso
seria outros dois profetas, Amós e Oseias.
Yonah era um nacionalista, ajudou
na recuperação da sua terra, profetizou sobre a conquista e a riqueza, mas ao
mesmo tempo conhecia quem era a grande ameaça ao seu povo. A Assíria era o
império mais opulento da época, mais poderoso, sanguinário, destruidor e
conquistador, Israel seria uma vítima frágil e isso já havia sido profetizado,
a Assíria mais cedo ou mais tarde engoliria Israel. Nínive era uma Washington
dos dias atuais, os mandos e desmandos saiam de lá para o resto do mundo, e ,
geralmente, estes mandos eram de invasão e destruição, o pecado era algo
normal, a violência ninivita e assíria é superior a qualquer fato histórico registrados
nos anais, ao ponto de trucidarem suas vítimas, os assírios, enfiavam espadas
no útero das grávidas, exterminavam crianças, prendiam os homens e torturavam,
cortavam as cabeças e punham na porta das cidades. A tortura era medonha,
contasse que eles pegavam a vítima, geralmente homem, esticavam seus pés e
mãos, amarravam em estacas e os esticava, logo depois, com lâminas, esfolavam a
pele da vítima, retiravam-na e punham para secar ao sol em cima de pedras, a
vítima permanecia esticada ao quarar, com a carne vibrante viva exposta, se contorcia
e agonizava até a morte, para eles era como estar brincando, entretendo-se.
Essa violência subiu com odor de
carniça às narinas de Deus, a podridão do pecado ninivita irou o Senhor, mas
por sua misericórdia mandou um alerta. Escolheu Yonah para ser seu mensageiro,
o primeiro missionário registrado na Bíblia, antes os prosélitos teriam de ir à
Israel, agora Deus manda seu mensageiro. O problema é que Yonah sabia da
misericórdia de Deus Êxodo 34.6 revela este fato e Yonah conhecia, para ele
pregar aos gentios na própria nação gentia, era como estar traindo seu povo, a
cava de sua própria cova estaria sendo feita, pois os Assírios anos depois
destruiriam Israel, arrasaria Samaria e exilariam o povo para nunca mais
voltar.
Em sua cabeça mesquinha e
nacionalista, Yonah não queria a conversão dos ninivitas, por saber das
misericórdias de Yaweh, escritas na Torah, por conhecer a graça infindável e
intangível de Deus, ele desiste da viagem, ou melhor, muda de rumo, se era para
ir para o leste ele segue para o oeste, cerca de 4000 Km de distância de seu
destino, Társis, atual Espanha, era conhecida, naquela época, como o lugar mais
distante da Terra, o fim do mundo.
A
viagem começa e Jonas acha que está tudo bem, dorme um sono intensamente
profundo, um sono de roncar e não escutar nada, a chuva começa e aos poucos vai
ganhando força, tornar-se em uma tempestade tenebrosa, os marinheiros não sabem
o que fazer, era uma tempestade nunca vista por eles antes, tão bravia que a
tripulação da embarcação ao invés de usar técnicas acuradas para sair da
situação, apelam para o espiritual, cada um se apega a seu deus e começa a
pedir misericórdia, enquanto isso Jonas continua a dormir, o capitão da
embarcação, ao descer ao porão, nota que tem alguém em meio ao turbilhão
dormindo sossegadamente, o desperta e diz “Como você dorme numa situação
destas?” Aí, Jonas sobe e encontra aquela situação, tudo provocado por ele, mas
continua calado, após jogarem toda a bagagem fora para diminuir o peso da
embarcação, vão e lançam a sorte que vai direto para Jonas, e eles com os olhos
esbugalhados e quase sendo submergidos perguntam "Diga-nos, quem é o responsável por
esta calamidade? Qual é a sua profissão? De onde você vem? Qual é a sua terra?
A que povo você pertence? " (Jonas 1:8) Jonas covardemente não
responde a segunda pergunta, não diz que é profeta, nem tampouco que está
negando fazer a vontade de Deus, mas eles sabiam que ele estava fugindo da
presença de Deus.
Jonas foi lançado ao mar,
mas a tripulação não queria fazer isso, não queriam matar um homem, fizeram
preces a Yaweh e pediram perdão por fazer aquilo, inclusive fizeram até um
sacrifício e fizeram votos de gratidão pelo acalmar do mar (Jn 1.16), enquanto
Jonas fugia da presença do altíssimo e nem sequer orou a Ele, os marinheiros
pagãos devotaram-se a Deus, enquanto Jonas disse que era hebreu servidor do
Deus Altíssimo só da boca para fora, já que não queria cumprir a ordenança do
Pai, a tripulação que nem sequer conhecia a Palavra (Torah) prestavam-lhe
honras e sacrifícios. A teologia de Jonas era ortodoxa da boca para fora, mas
seu coração estava distante da vontade do Criador.
Três dias no meio daquele
gosma babenta, imprensado dentro de um estômago, não pense que o quadro pintado
de Jonas ajoelhado no estômago do monstro marinho é real, ele não estava nada
confortável, com certeza respirava com dificuldade, provavelmente nem sequer
mexia sua cabeça direito, e isso é bem claro quando ele compara o estômago do
animal a uma sepultura, ao inferno, sabemos que um estômago de um animal é
aquecido, úmido e gosmento, os caldos pastosos da digestão são ácidos, e a
saliva também o é. Isso mostra uma realidade bem diferente da pintada em alguns
quadros.
Após o primeiro momento,
Jonas começa a cair em si e pedir misericórdia a Deus. Parecia que estava
arrependido de não ter ido pregar aos ninivitas, mas não, ele estava
arrependido de não ter obedecido, o que ele vivia agora incomodava, mas o
sentimento pelos assírios não havia mudado, tanto que quando ele vai a Nínive após
sua segunda chance ele prega destruição, como Deus manda, mas fica chateado
porque o povo se arrepende. É a primeira vez da história que alguém prega e
todo mundo se converte e o pregador (profeta) se irrita pelo êxito, mas isso já
sabemos o porque, ele temia que os assírios cumprissem a profecia. Mesmo
sabendo ele que havia milhares de crianças inocentes lá, ele queria que Nínive
fosse subvertida em fogo, pois a expressão que ele utiliza para destruição é a
mesma utilizada em Gênesis quanto a destruição de Sodoma e Gomorra.
Eram mais de 120 mil
crianças (Jn 4.11) inocentes que moravam lá, animais que não sabiam o que era
pecado, e uma população estimada em cerca de 600 mil pessoas, uma população
equiparada a capital de Sergipe, Aracaju. Imagine uma cidade imponente que só
de torres tinha 1.200, um muro “intransponível”. Mas, mesmo sendo forte e muito
rica, Nínive se converteu ao SENHOR através do duro discurso de Jonas, eles não
esperaram para ver a destruição após 40 dias, pelo contrário, eles sabiam do
poder do Deus hebreu, na realidade, esse Deus não é hebreu, mas de todas as
nações, pois se assim não fora, não teria perdoado e absorvido o arrependimento
daquele povo.
Jonas de irrita e briga com
Deus (Jn 4), ele não gosta porque Deus volta atrás de sua decisão, enraivece o
coração, endurece novamente sua mente e pede a morte, sente pena de si mesmo e
de uma planta, mas não tem pena de 120 mil crianças que seriam mortas se o povo
não se arrependesse. Outro ponto nisto é que ele ficou preocupado com sua
reputação, “Como ficarei eu se pregar e profetizar e não acontecer se o povo se
converter?” As vezes pensamos assim, preferimos que Deus não mude a rota e até
desejamos a morte de outros só para termos o nosso ministério forte. Deixo um
recado, servo não é para ter escolha e nem exigir nada, só deve obedecer a Deus
e não ao homem pecador! Não deve inverter os valores, tem gente por aí que só
quer pregar o que coça os ouvidos carinhosamente, mas Deus está procurando
verdadeiros profetas para anunciar ao povo que perece, não sejamos infantis ao
ponto de tentar manipular a mensagem de Deus para esta geração.
Não engulamos o pecado a seco
e fiquemos calados, lutemos pela verdadeira e genuína Palavra do Senhor.
Acreditemos e confiemos em sua Escritura Sagrada e preguemos a sua misericórdia
e justiça. A sua grande graça e longanimidade.
Fiquem à vontade para comentar!
ResponderExcluirOlha Erick eu gostei muito sempre aprendo muito com suas aulas gostei mais ainda da sua enfatização no final do texto sobre á palavra do Sehor e como ela deve ser pregada de forma correta é coerrente devemos principalmente Orar para que este Evangélio venha a ser pregado por este mundo que padese mais eu creio que como ele fez com Jonas ele também poderá levantar e capacitar pessoas para o fazer.
ResponderExcluirPrecisamos nos voltar para a palavra de Deus e ter compromisso de fato com ela, os pecadores precisam ouvir a palavra, e essa comissão foi dada a igreja! vamos continuar dormindo, ou obedeceremos a voz do senhor?
ResponderExcluirÉ cruel o pensamento de Jonas mas mtos hj em dia são assim! Preferem condenar seu próximo em vez de espera ou pelo melhor ajuda lo. Mtos esquecem q assim com o céu e eterno o inferno tbem. Devemos sempre orar para q Deus tire de nos esse sentimento tão miserável de nós.
ResponderExcluirÉ cruel o pensamento de Jonas mas mtos hj em dia são assim! Preferem condenar seu próximo em vez de espera ou pelo melhor ajuda lo. Mtos esquecem q assim com o céu e eterno o inferno tbem. Devemos sempre orar para q Deus tire de nos esse sentimento tão miserável de nós.
ResponderExcluirTexto completo sobre a realidade de um profeta que deixou vários discípulos. Muitos hoje que tem chamado para irem aos "Ninivitas" pregar o arrependimento para a salvação de suas vidas, preferem ficar dentro da zona de conforto ou até mesmo viver de fugir dos desígnios de Deus. Fato, o amor está longe. A pregação não tem graça abundante. A mensagem é antropocêntrica.
ResponderExcluirGlória a Deus porque ainda existem aqueles que nasceram de novo e vivem para obedecer a Deus em toda a sua maneira de viver. Anunciando as verdades de Deus. Que o amor habite em nós e a alegria seja nossa companheira ao vermos o arrependimento nascer nos corações.