Querido irmão e leitor EBD Brasil, que a paz e a graça seja
com todos vós. Estamos iniciando o último trimestre do ano, e como sempre,
gosto de andar e escrever deformando protótipos, por isso, antes de falar de
forma geral sobre os profetas menores, gostaria de discorrer um pouco sobre pra
que e o que é a profecia.
Inicialmente, quando se fala em profecia, temos a alienação
nostradâmica, utilizamos como conceito de profecia o prognóstico, presságio,
prenúncio e até agouro, mas a principal finalidade da profecia é uma
comunicação entre Deus e seu povo. Quando lemos Hebreus 1.1 notamos o que é a
verdade da profecia: “Havendo Deus
antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos
profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho”.
Além disso, a profecia também trata dos acontecimentos
futuros em decorrência da obediência e/ou desobediência de seu povo, Israel.
Como também trata de acontecimentos inevitáveis inerentes a toda raça humana,
muitas das profecias dos antigos profetas, acontecerá para com toda humanidade,
mas isso não é motivo de assombro, mas de glorificarmos a soberania de Deus.
No entanto, devemos entender que o “presságio” das profecias,
não deve ser encarado como algo hermético, ou seja, esotérico, mas como
mensagens inspiradas pelo Espírito de Deus e estas predições fazem apenas uma
pequena parte do ministério profético, porque elas serviam como alerta contra o
pecado e não como agouro ou mau pressentimento.
Os profetas tinham como ofício falar dos acontecimentos
presentes e passados e relacioná-los a Escritura, exortando o povo a seguir os
ensinamentos da Lei do Senhor. Claro, como disse também prediziam o futuro, mas
como uma imagem do espelho, ou seja, o reflexo das ações do povo. Não confundam
com adivinhação, misticismo, nem cartas de tarô, búzios, numerologia,
necromancia, astrologia, nem tampouco nenhuma prática abominável a Palavra (Lv
19.31, 20.6, Dt 18.10 e 11, Is. 8.19, 47.13, At. 8.9-11, 16.16)
Outro ponto importante em relação aos profetas, era que, bem
diferente de hoje, Deus os escolhia. Hoje vemos uma enxurrada de “profetas
apóstolos” que não passam de enganadores e isso Paulo, inspirado pelo Espírito
Santo, já alertou desde os primeiros
anos da Igreja “Mas o Espírito expressamente diz que, nos últimos tempos,
apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores e a doutrinas
de demônios” (1 Tm 4.1)
O profeta recebia as mensagens divinas de três formas, eram
elas, oral (Os 1.1, Jl 1.1, Jn 1.1, Mq 1.1, Sf 1.1, Zc 1.1, Ml 1.1-2), visual
(Ob 1.1, Na 1.1, Hc 1.1) e escrita (Dn 5.5). O termo grego transliterado para
profeta é prophetes que significa
‘alguém que comunica em nome de Deus, ou traduz sua vontade para o homem’. O
prefixo pro significa antes, e phemi é o mesmo que arrazoar e/ou falar. Em
resumo seria, falar antes aos homens a vontade de Deus.
Os profetas bíblicos compõem 17 livros ao todo, sendo que 12
deles fazem parte de um único livro na Escritura hebraica, estes nós chamamos de “profetas menores”,
esta expressão é bem “recente”, foi interposta no século IV d.C. em um dos
primeiros concílios na igreja romana (não quer dizer que eles são menos
importantes que os outros profetas, mas que escreveram menos, ou melhor, suas
mensagens foram mais curtas, mas ao mesmo tempo eram enfáticas e precisas como
todos os outros profetas), nestes livros podemos observar pelo menos duas aplicações práticas,
segundo o pastor Jamiel Lopes, que poderemos comentar na lição da semana: a
primeira aplicação era para os dias em que os profetas e seus contemporâneos
estavam vivendo e a outra para os dias que haveriam de vir.
Para entendermos melhor isso, é muito importante que
compreendamos o contexto social, político, cultural e histórico pelo qual
Israel passava, é inconcebível ver alguns usando textos destes livros sem
trabalhar o contexto e conteúdo que a Bíblia trata, fazendo uma série de
desarranjos com a Palavra, distorcendo-a e provocando a formação e criação de
inúmeros modismos e heresias. Historicamente é importante que saibamos sobre os
acontecimentos contextuais dos dias dos profetas, como o cativeiro assírio e o
babilônico-persa, a primeira vinda de Cristo e a relação de algumas profecias
messiânicas e a implantação do Reino Messiânico que é tratado com muita
precisão por estes homens de Deus.
Abaixo veja a tabela do comentário da Bíblia Pentecostal
(CPAD) com o livro e seu tema central:
LIVRO
|
TEMA CENTRAL
|
Oseias
|
O julgamento Divino e o Amor de Deus
|
Joel
|
O grande e
Terrível Dia do Senhor
|
Amós
|
Justiça, Retidão e Retribuição Divina Pelo Pecado
|
Obadias
|
O juízo de Edom
|
Jonas
|
A Magnitude da misericórdia Salvífica de Deus
|
Miqueias
|
Juízo e
Salvação Messiânica
|
Naum
|
A destruição Iminente de Nínive
|
Habacuque
|
Viver Pela Fé
|
Sofonias
|
O Dia do Senhor
|
Ageu
|
Reedificação do
Templo
|
Zacarias
|
A conclusão do Templo e as Promessas Messiânicas
|
Malaquias
|
Acusações de
Deus Contra o Judaísmo Pós-Exílico
|
Entre os profetas menores existem alguns contemporâneos, mas
isso não quer dizer que os mesmos se conheciam a priori, os possíveis contemporâneos veja a tabela na ordem
cronológica de suas ações segundo Bruce Wilinson e Keneth Boa:
LIVRO
|
ANO DE ATUAÇÃO
|
Obadias*
|
840 a.C.
|
Joel
|
835 – 830 a.C.
|
Jonas
|
760 a.C.
|
Amós
|
760 – 755 a.C.
|
Oseias**
|
740 a.C.
|
Miqueias
|
730 – 710 a.C.
|
Naum***
|
660 – 650 a.C.
|
Sofonias
|
630 ou 625 a.C.
|
Habacuque
|
607 a.C.
|
Ageu
|
520 a.C.
|
Zacarias
|
515 – 470 a.C.
|
Malaquias
|
430
– 420 a.C.
|
*Segundo Antonio Renato Gusso, há
pelo menos outras cinco datas possíveis para o ministério de Obadias, são elas:
926, 845, 790, 597 e 587 a.C.
** Segundo Gusso, Oseias pode também
ter começado seu ministério em 760 e/ou 750 a.C. e terminado por volta de 721
a.C.
*** Gusso respalda esta data, dando
como pouco provável a data exposta por Esequias Soares, já que os textos
apontam para a época do reinado de Manassés, na metade do século VII a.C.
A atualidade dos profetas menores é latente em dois aspectos,
o primeiro é o cuidado de Deus por sua Palavra, e este há para cuidado do povo,
Deus se preocupa quando nos desviamos dos seus caminhos, como o próprio autor da carta aos hebreus afirma, “pois o Senhor disciplina a quem ama, e castiga todo aquele a
quem aceita como filho". (Hebreus
12:6)
O segundo é a justiça Divina, Deus é justo, quer que
seu povo se arrependa e mostra que todo o sofrimento que a nação sofre é
condicionado por sua desobediência e inobservância de sua perfeita Lei. Por
isso, precisamos entender que a palavra de profecia dada por Deus através de
seus amados profetas não é simplesmente de condenação, mas de arrependimento,
consolação e graça. Deus queria uma teshuvá
pelos judeus, ou seja, um retorno as origens e a Lei.
Fiquem a vontade para comentar!
ResponderExcluirA graça de Deus seja contigo.
ResponderExcluirTenho a plena certeza que foste usado
pelo Espírito da graça para a escolha
desse tema. Pois o que temos visto e
ouvido nos últimos dias é intolerável
para os que buscam conhecer a Deus
estudando a sua palavra.
Muito bom amigo Professor Érick. Importantíssimo a colocação de profecias que sejam parcialmente cumpridas pouco depois de serem pronunciadas e tenham cumprimento completo posteriormente.
ResponderExcluirA aplicabilidade para o comportamento da Igreja é sem dúvida a intenção do autor pelos títulos.É bom lembrar que não se deve também confundir promessas ao povo nação Israel, e seu futuro na terra (Zc 12.9 e 14.9) com a Igreja já ressurretanaquele período. Mas muito bom comentário mesmo.Quando vier em Brasília pode passar aqui. A paz do Senhor
Muito bom amigo Professor Érick. Importantíssimo a colocação de profecias que sejam parcialmente cumpridas pouco depois de serem pronunciadas e tenham cumprimento completo posteriormente.
ResponderExcluirA aplicabilidade para o comportamento da Igreja é sem dúvida a intenção do autor pelos títulos.É bom lembrar que não se deve também confundir promessas ao povo nação Israel, e seu futuro na terra (Zc 12.9 e 14.9) com a Igreja já ressurretanaquele período. Mas muito bom comentário mesmo.Quando vier em Brasília pode passar aqui. A paz do Senhor