“Na minha primeira defesa, ninguém apareceu para me apoiar; todos me abandonaram. Que isso não lhes cobrado”. (2 Timóteo 4:16)
Na época da escritura da segunda epístola de Paulo a Timóteo, ele estava preso em Roma. Alguns eruditos sinalizam que essa prisão foi em sua quarta viagem missionária, mas Paulo chegou em Roma, cidade que, em muito, foi constrangida pelos ensinamentos paulinos e por seu afinco apreço pela expansão do evangelho aos gentios. Na realidade, esta estadia, não foi uma viagem missionária, mas judicial, sob julgado, já que, Paulo estava como preso “político”, apesar disso, ele pôde alugar uma casa para morar durante o julgamento, no entanto, era acorrentado a um soldado.
Paulo aproveita a viagem para missionar aos gentios, após sofrer recusa dos seus compatriotas judeus, pois passou quase um dia inteiro pregando para estes que, pouco se interessaram pelo evangelho de Cristo (At 28.16-30). Ele então, utiliza sua casa locada como ponto de pregação e de lá, muitos saíam conversos e convictos da salvação por meio de Jesus Cristo. Nesse processar, ele escreveu as epístolas eclesiológicas de Efésios, Filipenses, Colossenses e Filemon. Após dois anos de prisão domiciliar Paulo tem a prisão relaxada e seguidamente a absolvição, pelo menos temporária.
Consideremos então, os próximos 2 anos de liberdade de Paulo como a continuação da itinerante 4ª viagem de Paulo, indo a Creta, onde deixou Tito. Ao chegar na Grécia, especificamente em Nicópolis, segundo a tradição, foi preso e deportado à Roma, provavelmente por denúncias e principalmente pelo testemunho de Alexandre, o ferreiro, em desfavor de Paulo, trazendo um terrível constrangimento ao apóstolo, sua vida é posta em xeque, desse modo, os que estavam mais perto o abandonaram, com exceção de Lucas (mesmo escritor do livro de Atos dos apóstolos e o evangelho que leva seu nome).
O mais temeroso e apavorado, na realidade, inerme foi Demas que fugiu para Tessalônica, como afirma o próprio Paulo “pois Demas, amando este mundo, abandonou-me e foi para Tessalônica”. (2 Timóteo 4:10). Tito deve ter deixado-o um pouco antes de ser deportado. Crescente, possivelmente, verberou que necessitava ajudar a igreja da Galácia, acompanhando-a.
O abandono trás profunda tristeza a Paulo que, abertamente descreve sua decepção com seus amigos, ao ponto de pedir solidariamente a Timóteo para encontrá-lo, e mais, apelou para que levasse João Marcos, o mesmo que o abandonara (At 13.13) e Paulo logo depois despreza sua companhia (At 15.37-39), mas este desentendimento foi resolvido (*Cl 4.10). Ora, Paulo gostava de viver em companhia de amigos. E para quem está prestes a morrer, nada melhor que o apoio de quem confiamos.
Não podemos afirmar que Timóteo chegou a Roma antes da morte de Paulo. Mas, os dias eram de tormento. Muitos dos seguidores do evangelho de Cristo evangelizados por Paulo morreram assassinados. E, esta, era a vez do líder cristão mais promissor da época, estaria ele próximo ao “corredor” da morte. O perigo iminente pairava sobre quem o acompanhara.
O abandono a Paulo era composto também e/ou intensificado pelo frio do inverno romano que chegava (2 Tm 4.21), então, Paulo pede a sua capa (2 Tm 4.13). Como amante das Escrituras e da leitura, ele também pede outros companheiros além da capa para aquecer, os livros, principalmente os rolos de couro (pergaminho). No verso 14 ele fala sobre Alexandre, o ferreiro, o qual vingou-se dele, pois anteriormente (acreditam), o apóstolo o entrega a Satanás (1 Tm 1.20) junto a Himineu. Alexandre era um crente da igreja de Éfeso, e viaja de lá para Roma para testemunhar veementemente contra o apóstolo Paulo.
Conceitos de Abandono R.N. Champlim Ph.D.
1. Existencialismo Ateu. Crer que Deus não existe, por isso, o homem se acha abandonado. Portanto, ele deve tomar suas próprias decisões.
2. Ética. Neste campo geralmente está relacionado a infanticídio, mediante abandono e exposição a intempéries, ou à negligência quanto aos aleijados e à expulsão dos idosos e enfermos da vida comunitária. (Caso dos leprosos no A.T.)
3. O termo pode ser derivado da ausência de fé, do temor da morte e do senso de impotência, em um universo que aparentemente está fora de controle e é fútil.
4. Positivamente. A palavra pode referir-se à abnegação ou sacrifício pelo próximo. O supremo exemplo é a dedicação de Cristo à sua missão, sob a vontade do Pai.
Querido Irmão, ótimo subsídio, é muito enriquecedor esses relatos históricos, nos ajuda compreender melhor a situação em que se encontrava os personagens
ResponderExcluirmuito bom estes estudos, trás edificação que o Senhor continue te usando .Deixo a paz de Jesus..
ResponderExcluirSim,são estudos que trazem bastante edificação e enriquecem a EBD.Que nosso Deus,continue usando sua vida mais e mais!
ResponderExcluirA dor do abandono
ResponderExcluirEra uma manhã de sol quente e céu azul quando o humilde caixão contendo um corpo sem vida foi baixado à sepultura.
De quem se trata? Quase ninguém sabe. Muita gente acompanhando o féretro? Não. Apenas umas poucas pessoas. Ninguém chora. Ninguém sentirá a falta dela. Ninguém para dizer adeus ou até breve.
Logo depois que o corpo desocupou o quarto singelo do asilo, onde aquela mulher havia passado boa parte da sua vida, a moça responsável pela limpeza encontrou em uma gaveta ao lado da cama, algumas anotações. Eram anotações sobre a dor… Sobre a dor que alguém sentiu por ter sido abandonada pela família num lar para idosos…
Talvez o sofrimento fosse muito maior, mas as palavras só permitem extravasar uma parte desse sentimento, grafado em algumas frases:
Onde andarão meus filhos? Aquelas crianças ridentes que embalei em meu colo, alimentei com meu leite, cuidei com tanto desvelo, onde estarão? Estarão tão ocupadas, talvez, que não possam me visitar, ao menos para dizer “olá, mamãe.”?
Ah! Se eles soubessem como é triste sentir a dor do abandono… A mais deprimente solidão… Se ao menos eu pudesse andar… Mas dependo das mãos generosas dessas moças que me levam todos os dias para tomar sol no jardim… Jardim que já conheço como a palma da minha mão.
Os anos passam e meus filhos não entram por aquela porta, de braços abertos, para me envolver com carinho… Os dias passam… e com eles a esperança se vai…
No começo, a esperança me alimentava, ou eu a alimentava, não sei… Mas, agora… como esquecer que fui esquecida? Como engolir esse nó que teima em ficar em minha garganta, dia após dia? Todas as lágrimas que chorei não foram suficientes para desfaze-lo.
Sinto que o crepúsculo desta existência se aproxima… Queria saber dos meus filhos… dos meus netos… Será que ao menos se lembram de mim?
A esperança, agora, parece estar atrelada aos minutos… que a arrastam sem misericórdia… para longe de mim.
Às vezes, em meus sonhos, vejo um lindo jardim… É um jardim diferente, que transcende os muros deste albergue e se abre em caminhos floridos que levam a outra realidade, onde braços afetuosos me esperam com amor e alegria… Mas, quando eu acordo, é a minha realidade que eu vejo… que eu vivo… que eu sinto…
Um dia alguém me disse que a vida não se acaba num túmulo escuro e silencioso. E esse alguém voltou para provar isso, mesmo depois de ter sido crucificado e sepultado… E essa é a única esperança que me resta…
Sinto que a minha hora está chegando…
Depois que eu partir, gostaria que alguém encontrasse essas minhas anotações e as divulgasse. E que elas pudessem tocar os corações dos filhos que internam seus pais em asilos, e jamais os visitam…
Que eles possam saber um pouco sobre a dor de alguém que sente o que é ser abandonado