Lição 3 - Éfeso, a Igreja do Amor Esquecido - 15 de abril de 2012, Subsídio: Professor Érick Freire.

Carta a Igreja em Éfeso

“Ao anjo da igreja em Éfeso escreva: Estas são as palavras daquele que tem as sete estrelas em sua mão direita e anda entre os sete candelabros de ouro. Conheço as suas obras, o seu trabalho árduo e a sua perseverança. Sei que você não pode tolerar homens maus, que pôs à prova os que dizem ser apóstolos mas não são, e descobriu que eles eram impostores. Você tem perseverado e suportado sofrimentos por causa do meu nome, e não tem desfalecido. Contra você, porém, tenho isto: você abandonou o seu primeiro amor. Lembre-se de onde caiu! Arrependa-se e pratique as obras que praticava no princípio. Se não se arrepender, virei a você e tirarei o seu candelabro do seu lugar. Mas há uma coisa a seu favor: você odeia as práticas dos nicolaítas, como eu também as odeio. Aquele que tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas. Ao vencedor darei o direito de comer da árvore da vida, que está no paraíso de Deus”. (Apocalipse 2:1-7 NVI)

Queridos, antes de começar o comentário em si sobre o texto acima com direcionamento concernente a lição, neste capítulo, quero iniciar falando sobre um dos assuntos pautados nestes versos, que permeia no meio da igreja nos dias atuais, é o abandono do amor ao Senhor,  abandono ao Ágape, ou seja, um amor sem medidas e sem espera de troca ou barganha, pois as intempéries da vida têm ofuscado a busca por tão grande dádiva que é o amor a Deus sobre todas as coisas, com todas as nossas forças e de todo entendimento (Mc 12.30), por isso, muitos de nossos membros tem caído no erro e se enveredado por caminhos tortuosos de falsas doutrinas. Entristeci-me ao ver e saber que algumas pessoas das quais conheço chegaram a um radicalismo exacerbado na busca de “poder” espirituoso e se esqueceram do primeiro amor que o nosso Senhor nos ensinou, chegam ao extremo de desejar a morte de quem combate certos excessos “espirituais”, o que Paulo chama de meninice e estes insistem em dizer que é o poder de Deus, mas já esperamos destas pessoas atitudes assim ou similares, pois se desviaram do primeiro amor, do relacionamento íntimo com Deus, da essência do evangelho puro há muito. Minha tristeza e consternação é que alguns foram cegos por falsos mestres (2 Pe 2.1) e querem permanecer na cegueira espiritual.

Em relação ao nosso assunto principal, devemos conhecer quem recebe a carta citada na epígrafe (versos no início da página) deste artigo, quando se refere a igreja de Éfeso, através de seu líder, personificado como o anjo da igreja, ou melhor, o mensageiro e/ou bispo/pastor responsável pela a condução daquele “rebanho” naquele lugar, apesar de que todo o conteúdo do livros das Revelações era circular, ou seja, passou por todas as igrejas localizadas na Ásia, dessa maneira poderemos fazer um questionamento, “Por que Deus exporia o problema das igrejas para todas elas?” e a resposta é simples: Deus e sua ética são diferentes do homem e da ética filosófica humanística grega que é usada até os dias atuais, ou seja, para o meio político e cultural hodierno (atual), esse tipo de atitude da exposição do problema de todas igrejas para todas igrejas seria uma certa quebra de decoro, se caracterizando como antiético, mas para Deus a sinceridade e a verdade são superiores a ética humana, na realidade a ética humana é uma forma velada de ditadura das palavras, acham que amar como Jesus ensinou entra em conflito com falar a verdade e isso é uma grande mentira malévola, pois Jesus mesmo disse que quando conhecemos a verdade ela nos liberta (Jo 8.32), Deus não esconde o erro da igreja local ou de líderes que cometem pecado por causa de “constrangimento”, pelo contrário, Ele o demonstra para que saibamos das nossas limitações e da nossa necessidade de arrependimento através da humildade, no caso em questão, os erros de Éfeso serviriam de exemplo prático para que, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodiceia não caíssem neles, como também tivesse o mesmo ideal dos Efésios contra os nicolaítas.

Na parte “b” do primeiro verso do capítulo 2 de Apocalipse, o Senhor se apresenta como aquele que guarda os líderes (estrelas) das sete igrejas em sua mão direita e anda no meio do seu povo, a igreja do Senhor (sete candelabros), ou seja, está guardando e consolando o seu povo, por isso, nós que estamos sob sua mão potente não devemos temer as agruras da vida, pois Ele nos fortalece nas provações, como afirma o apóstolo “Tudo posso naquele que me fortalece” (Fp. 4.13). Devemos então perseverar em Cristo.

Agora faço uma pergunta: Temos buscado um relacionamento de primeiro amor com Jesus? De intimidade com Ele? Perseveramos neste amor? Na sua Palavra?

Esse era o problema de Éfeso e o Senhor afirmou “Se não se arrepender, virei a você e tirarei o seu candelabro do seu lugar”. Ou seja, Deus tiraria a sua glória daquela igreja, porque a igreja do Senhor não se ilumina por estrelismo humano, mas pela glória do Senhor que é nos dada por sua graça infinda. Há igrejas e pessoas que gostam de irradiar a sua própria luz, gostam de aparecer, gostam de dizer “Tá vendo, a festa do conjunto de mocidade da minha igreja foi a mais bonita da cidade! Glória ao nosso conjunto! Aleluias!”, outros gostam de se autopromover “Se você me convidar para pregar em sua congregação será uma benção prometo que vai descer fogo do céu! Vai ser glória pura!”. Só se for glória desse pregador! Deus não se interessa por quem se autopromove, o maior exemplo disso é Davi que se achava na condição de submisso a Saul, mesmo sabendo que já tinha sido ungido por Deus não usurpou o trono de Saul e de seus descendentes!

Israel Belo de Azevedo faz um comentário interessante sobre esta carta “Fico imaginando a igreja recebendo a carta, pela boca do seu pastor. Sorrisos. Cumprimentos. Palmas. Até o “mas”. Precisamos ser lembrados de que não somos perfeitos... Éfeso tinha abandonado seu primeiro amor.” (2011, p.37)

Mas, a seu favor tinha uma coisa, não comungavam com os nicolaítas que, formavam um grupo de pessoas que queriam dominar o povo pelo poder, era na realidade uma formação clerical. Sobre os nicolaítas só entrarei em detalhes quando estiver falando da igreja em Pérgamo, pois o assunto é controverso e causa polêmica se detalharmos agora, pois mexe com a hierarquia clerical da igreja, e essa era a sua principal doutrina, ou seja, dar cargos para alguns oprimirem o povo em detrimento a liberdade cristã.

“Ao vencedor darei o direito de comer da árvore da vida, que está no paraíso de Deus”. (Apocalipse 2.7)

Esse verso trás controvérsias entre alguns intérpretes acerca do Gênesis, pois afirmam alguns que o paraíso do livro de Gênesis não era terrenal, mas faz parte do Céu, o Reino de Deus, onde se encontra o mesmo paraíso do qual Adão e Eva foram expulsos, mas isso não passa de conjecturas. O detalhe mais importante da finalização dessa carta à igreja de Éfeso é que aqueles que vencerem este mundo terão direito a uma eternidade plena ao lado do Pai celestial. Glória a Deus.

Localização da Igreja: Se encontrava no pequeno continente da Ásia Menor (Hoje faz parte da Turqui asiática) e era a capital romana da província Asiática, inclusive um templo a Diana localizado lá foi considerado uma das maravilhas do mundo.

Significado do nome: Desejado.

FIQUEM NA GRAÇA E NA PAZ!!!